O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou nesta segunda-feira (8) que apoia a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL) à Presidência da República, anunciada na sexta-feira (6). Em agenda em Diadema, no ABC Paulista, Tarcísio afirmou: “Sobre a escolha que o Bolsonaro fez em nome dele [Flávio], é isso, o Flávio vai contar com a gente.”
O Tarcísio disse ainda que esteve reunido com o senador antes do anúncio oficial. “O próprio Flávio disse isso, ele esteve comigo na sexta-feira passada, nós conversamos sobre isso. O presidente Bolsonaro, que é uma pessoa que eu respeito muito e eu sempre disse que eu ia ser leal ao Bolsonaro, que eu sou grato ao Bolsonaro e eu tenho essa lealdade, é inegociável.”
Tarcísio reforçou mais de uma vez que sua relação de fidelidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro continua firme. “Sempre disse que eu ia ser leal ao Bolsonaro, que eu sou grato ao Bolsonaro, eu tenho essa lealdade e é inegociável.” Segundo ele, Flávio Bolsonaro passa a integrar um grupo de nomes competitivos da oposição que estão colocando suas pré-candidaturas na mesa.
“O Flávio vai contar com a gente, o Flávio tem uma grande responsabilidade a partir de agora, ele se junta a grandes outros nomes da oposição que já colocaram seus nomes à disposição, a gente tem o Romeu Zema, a gente tem o Ronaldo Caiado”, afirmou.
Para Tarcísio, os desafios da eleição de 2026 exigem articulação e capacidade de liderança. “São muitas questões que vão demandar projeto, esforço, que vão demandar liderança e o Flávio agora se apresenta para encabeçar também esse projeto e para isso vai contar com nosso suporte e o que a gente precisa é afastar o que está aí, que não deu certo.”
O lançamento da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro na sexta-feira (5) provocou turbulências no cenário político e no mercado financeiro. Após o anúncio, a Bolsa de Valores registrou queda e o dólar subiu, refletindo a instabilidade gerada pela disputa interna na direita e o impacto político da decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que escolheu o filho como sucessor para enfrentar o presidente Lula (PT).
A escolha abriu um racha entre lideranças de centro-direita e figuras próximas ao bolsonarismo, enquanto aliados tradicionais demonstraram cautela diante da movimentação inesperada.
Dois dias após oficializar sua pré-candidatura, Flávio Bolsonaro voltou atrás e sugeriu publicamente que poderia desistir da corrida presidencial. “Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim e eu tenho um preço para isso, que eu vou negociar. Eu tenho um preço, só que eu só vou falar para vocês amanhã”, afirmou no domingo (7).
A declaração foi amplamente criticada por parlamentares, analistas políticos e até aliados informais do clã Bolsonaro. O comentário foi considerado prejudicial por expor uma possível barganha política e reforçar a percepção de falta de estratégia clara dentro da família.
Segundo analistas, a fala indicou que o grupo político estaria disposto a negociar sua posição na eleição presidencial em troca de benefícios jurídicos para Jair Bolsonaro, que está preso por tentativa de golpe de Estado e também é inelegível por condenações na Justiça Eleitoral.
Com a instabilidade desencadeada após o anúncio e a fala sobre um “preço” para desistir, a pré-candidatura de Flávio segue envolta em dúvidas. Mesmo assim, Tarcísio reforçou a disposição em apoiá-lo. Ao longo de toda a agenda em Diadema, o governador repetiu que sua lealdade ao ex-presidente é “inegociável” e que a oposição precisa se unir para enfrentar o atual governo em 2026.