O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta segunda-feira (13) que se sensibiliza com a dor de Silvia Mónica Cárdenas Prado, mãe de Marco Aurélio Cardenas Acosta, estudante morto pela Polícia Militar em novembro. Em uma carta aberta, Silvia pediu a demissão do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. No entanto, Tarcísio negou a demissão ou mudanças no comando da pasta, mas considerou a manifestação da mãe “perfeitamente compreensível”.
“Não pretendo fazer mudanças por ora. É claro que a gente se sensibiliza com a dor dessa mãe e do pai. Eu entendo as manifestações que eles têm emitido, são perfeitamente compreensíveis e no lugar deles eu estaria procedendo da mesma forma. Existe um desejo de ver justiça, eu acho que essa justiça tem que acontecer e vai acontecer porque os responsáveis irão a julgamento. É perfeitamente compreensível e obviamente isso provoca a reflexão”, afirmou Tarcísio.
Apesar da pressão pública, o governador negou a demissão de Derrite e qualquer alteração no comando da Secretaria de Segurança Pública. Ele ressaltou que o caso desperta uma importante reflexão sobre as práticas da Polícia Militar e a necessidade de justiça.
Em relação ao aumento de casos de violência policial, que cresceu 46% em 2024 em comparação ao ano anterior, Tarcísio anunciou que estão sendo feitas alterações no treinamento das tropas de rua. Ele destacou o estabelecimento de um novo programa de capacitação, que inclui ações para evitar excessos. “Aqueles que estão se excedendo e não cumprindo os procedimentos estabelecidos serão severamente punidos”, disse o governador.
Tarcísio também explicou que uma “reciclagem” dos policiais está em andamento, com a apresentação de casos de abusos cometidos por agentes da polícia. O objetivo é intensificar a capacitação, incluindo a aquisição de material para treinamento neuromuscular e mais armamentos não-letais.
