O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (22) que os ataques realizados por forças norte-americanas destruíram completamente as principais instalações do programa nuclear do Irã. Em publicação na rede Truth Social, Trump descreveu a operação como um “golpe direto” na capacidade do regime iraniano de desenvolver tecnologia nuclear para fins militares e comemorou o resultado: “Dano monumental” e “impacto total no alvo”.
“Se produziram danos monumentais em todas as instalações nucleares do Irã, como mostram as imagens de satélite. Destruição é um termo preciso! A estrutura branca que se mostra está profundamente incrustada na rocha, com até o teto muito abaixo do nível do solo e completamente protegida das chamas”, afirmou Trump.
Segundo ele, o maior impacto foi registrado nas áreas subterrâneas, onde o Irã supostamente armazena componentes sensíveis de sua infraestrutura nuclear.
“Os maiores danos ocorreram bem abaixo do nível do solo. No alvo!!!”, acrescentou.
A ofensiva faz parte de uma política de pressão que remonta à sua gestão na Casa Branca e teve como objetivo desmantelar a estrutura técnica e operacional que o Irã vinha mantendo longe da supervisão internacional.
OIEA confirma danos em Isfahan
O ataque foi confirmado pela Agência Internacional de Energia Atômica (OIEA), que destacou que o complexo nuclear de Isfahan sofreu “danos amplos”.
“Com base na análise das informações disponíveis, o OIEA concluiu que houve danos adicionais em Isfahan, previamente atacado em diversas ocasiões por Israel desde o início da ofensiva em 13 de junho”, declarou Rafael Grossi, diretor-geral da agência.
Grossi aproveitou para fazer um apelo ao diálogo diplomático:
“Temos que trabalhar pela paz”, afirmou.
Irã promete resposta e ameaça bases dos EUA
Em retaliação, o Irã lançou 40 mísseis contra alvos em território israelense poucas horas após os ataques e advertiu os Estados Unidos sobre possíveis represálias. Um assessor do líder supremo Ali Khamenei classificou as bases militares americanas na região como “alvos legítimos”.
“Haverá consequências duradouras”, disseram autoridades iranianas em nota.
Em resposta, a administração Trump alertou que qualquer agressão direta será enfrentada com “força avassaladora”.
Diplomacia em alerta
Diante do agravamento do conflito, o Departamento de Estado dos EUA anunciou a evacuação parcial de sua equipe diplomática no Líbano e ativou alertas em outros países da região.
“Devido à situação de segurança volátil e imprevisível na região, ordenamos a saída de pessoal não essencial e seus familiares de nossa embaixada em Beirute”, diz comunicado oficial.
Em outros países, como Arábia Saudita e Turquia, os diplomatas norte-americanos foram instruídos a redobrar a cautela. No Iraque, a evacuação de pessoal já havia começado em 12 de junho, um dia antes dos primeiros ataques de Israel ao Irã. Já a missão diplomática em Jerusalém permanecia fechada neste domingo, com expectativa de retomada parcial de serviços consulares na segunda-feira (23).
Programa nuclear iraniano segue no radar
As instalações atingidas fazem parte do controverso programa de enriquecimento de urânio do Irã, que há anos preocupa a comunidade internacional. De acordo com a OIEA, o país mantém cerca de 400 quilos de urânio altamente enriquecido. Grossi reforçou a necessidade de retomar as inspeções no território iraniano:
“É crucial que possamos verificar o estado das reservas e garantir que não haja desvios para fins não pacíficos”, alertou.
Com os bombardeios, os EUA deixam de atuar apenas como aliados defensivos de Israel e assumem um papel mais ativo na ofensiva, o que pode marcar uma mudança significativa na dinâmica do conflito.
As próximas horas devem ser decisivas para saber se haverá contenção ou escalada militar mais ampla no Oriente Médio.