Trump anuncia novas tarifas de importação para sete países

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) o envio de cartas oficiais a sete parceiros comerciais de menor porte com a imposição de novas tarifas de importação, segundo publicação na rede Truth Social. As nações afetadas nesta primeira rodada de medidas são Filipinas, Brunei, Moldávia, Argélia, Líbia, Iraque e Sri Lanka.


As novas taxas, que entram em vigor em 1º de agosto, variam entre 20% e 30%, a depender do país: 30% para importações vindas de Líbia, Iraque, Argélia e Sri Lanka; 25% para Moldávia e Brunei; e 20% para as Filipinas. A medida sucede o término de um período de negociação de 90 dias com uma tarifa inicial de 10%. Trump deixou claro que não haverá prorrogação para os países notificados.

De acordo com o Censo dos EUA, o déficit comercial norte-americano com esses sete países somou US$ 15 bilhões no ano passado. Os maiores desequilíbrios foram registrados com o Iraque (US$ 5,9 bilhões) e as Filipinas (US$ 4,9 bilhões).

A Casa Branca afirma que as tarifas visam reduzir o déficit comercial, compensar os custos de cortes de impostos aprovados recentemente e estimular o retorno de empregos na indústria americana. No entanto, especialistas econômicos alertam que a medida pode aumentar a inflação e desacelerar o crescimento econômico do país.

Pressão diplomática


Trump tem usado sua política comercial como ferramenta diplomática. Durante um encontro com líderes africanos, afirmou: “Vocês vão lutar, então não vamos mais comerciar”. Ele mencionou países como Índia, Paquistão, Kosovo e Sérvia, alertando que disputas regionais podem afetar seus vínculos comerciais com os Estados Unidos.

Na segunda-feira, o governo americano já havia aplicado uma tarifa de 35% sobre produtos da Sérvia. Também foram anunciados tributos de 25% sobre exportações do Japão e da Coreia do Sul.

Na Europa, o comissário de Comércio da União Europeia (UE), Maros Sefcovic, afirmou em Estrasburgo que o bloco ainda não recebeu notificação oficial, mas que o prazo dado por Trump — até 1º de agosto — abre espaço para negociações. Em abril, Trump chegou a propor uma tarifa de 20% sobre produtos europeus, ameaçando elevar o índice para 50%, antes de recuar para os 10% originais.

As cartas enviadas pelo presidente destacam sua visão de que os desequilíbrios comerciais representam “uma ameaça principal” à economia e à segurança nacional dos EUA. Trump convidou os países afetados a “participar da extraordinária economia dos Estados Unidos”.

Reações na Ásia

O presidente do Japão, Shigeru Ishiba, interpretou o prazo até 1º de agosto como uma oportunidade de negociação, mas alertou que os tributos podem prejudicar a indústria e o emprego japonês. Já o ministro do Comércio da Malásia, Zafrul Aziz, disse que o país rejeita partes das exigências americanas, incluindo regras sobre compras públicas, certificação halal, padrões médicos e impostos digitais — áreas consideradas inegociáveis.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, deve visitar Kuala Lumpur, capital malaia, nesta quinta-feira para reuniões com autoridades locais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *