Trump e Putin finalmente se falam ao telefone; saiba o que foi tratado

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizaram a tão esperada ligação telefônica nesta terça-feira (18) para discutir uma possível trégua na Ucrânia. Trump tentou persuadir Putin a aceitar uma proposta de cessar-fogo de 30 dias como um primeiro passo para encerrar a guerra.

A conversa ocorreu após autoridades ucranianas aceitarem, na semana passada, a proposta dos EUA durante negociações na Arábia Saudita, lideradas pelo secretário de Estado Marco Rubio. No entanto, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mantém ceticismo sobre a disposição de Putin para a paz, já que os ataques russos ao território ucraniano continuam.

Na ligação, Trump buscou tratar da ocupação russa de territórios e usinas de energia durante os três anos de conflito. Já Putin quer condicionar o cessar-fogo à suspensão do envio de armas ocidentais para Kiev.

O governo russo ainda não comentou sobre a conversa, iniciada às 10h (horário de Washington). Já o assessor presidencial e vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Dan Scavino, confirmou o fim da ligação.

Antes da conversa, o Kremlin informou que Trump e Putin discutiriam soluções para o conflito na Ucrânia e a normalização das relações entre Rússia e Estados Unidos, sem um tempo limite definido para o diálogo. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que já existe um “certo entendimento” entre os dois líderes, baseado em uma ligação anterior, realizada em 12 de fevereiro, e em contatos diplomáticos posteriores.

“Ainda há muitas questões a serem resolvidas para normalizar nossas relações bilaterais e chegar a um acordo sobre a Ucrânia. Tudo isso terá que ser discutido pelos dois presidentes”, declarou Peskov.

Na segunda-feira, Trump afirmou que um de seus principais objetivos era “salvar os soldados ucranianos que estão em uma situação muito difícil”. Segundo ele, “a situação é ruim tanto para a Ucrânia quanto para a Rússia”, destacando sua intenção de buscar uma trégua e, posteriormente, um acordo de paz.

Relação privilegiada
Os Estados Unidos têm mantido conversas paralelas com a Rússia, especialmente por meio do enviado especial Steve Witkoff, que viajou a Moscou. No entanto, até agora, não houve avanços significativos.

A Rússia impõe condições que a Ucrânia considera inaceitáveis para encerrar as hostilidades, incluindo a cessão de cinco regiões anexadas por Moscou, a renúncia de Kiev ao plano de adesão à OTAN e mudanças no governo ucraniano.

Por outro lado, a Ucrânia exige garantias de segurança de seus aliados ocidentais e o envio de uma força internacional para garantir uma eventual trégua.

Trump tem repetidamente mencionado sua relação privilegiada com Putin, assegurando que o líder russo deseja sinceramente a paz na Ucrânia. Apesar disso, o presidente americano já sugeriu, de forma vaga, a possibilidade de sanções econômicas contra a Rússia caso não haja avanços nas negociações.


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