Trump fala com Zelensky ao telefone; veja os detalhes

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou nesta quarta-feira (19) com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sobre os desdobramentos de sua recente conversa com o presidente russo, Vladimir Putin.

“Acabei de ter uma excelente conversa telefônica com o presidente Zelensky, da Ucrânia. Durou aproximadamente uma hora. Grande parte do diálogo foi baseada na ligação de ontem com o presidente Putin, para alinhar as demandas e necessidades de Rússia e Ucrânia”, afirmou Trump em sua rede social, Truth Social.

Ele acrescentou: “Estamos no caminho certo, e pedirei ao secretário de Estado, Marco Rubio, e ao assessor de Segurança Nacional, Michael Waltz, que detalhem com precisão os pontos tratados. A declaração será publicada em breve”.

Mais cedo, Zelensky havia confirmado a comunicação durante uma entrevista coletiva na Finlândia. O líder ucraniano afirmou que os Estados Unidos deveriam supervisionar o cessar-fogo parcial, que inclui a interrupção dos ataques russos contra a infraestrutura energética ucraniana.

“Os Estados Unidos devem ser a principal entidade de supervisão”, declarou Zelensky em Helsinque.

Além disso, ele destacou que os aliados de Kiev precisam intensificar o apoio à Ucrânia, após Putin exigir que o Ocidente interrompesse o fornecimento de ajuda militar e de inteligência.

“Não devemos fazer concessões quanto à ajuda à Ucrânia, e sim ampliá-la”, afirmou o presidente ucraniano ao lado do seu homólogo finlandês, Alexander Stubb.

Acusações de novos ataques
O governo ucraniano acusou a Rússia de rejeitar uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo, depois que Moscou lançou uma nova onda de ataques contra infraestruturas civis.



“Lamentavelmente, houve bombardeios, especificamente contra infraestruturas civis”, incluindo um hospital na cidade de Sumy, denunciou Zelensky na rede social X.

“Hoje, Putin rejeitou, de fato, a proposta de um cessar-fogo total”, acrescentou.

Na terça-feira, Trump e Putin concordaram, durante uma longa conversa telefônica, que Moscou interromperia os ataques contra o setor energético ucraniano, sem chegar a um cessar-fogo completo.

Por outro lado, a Rússia também relatou ataques ucranianos. Moscou afirmou ter repelido várias tentativas de incursões terrestres do exército ucraniano na região russa de Bélgorod, na fronteira com a Ucrânia. Além disso, um ataque de drones ucranianos teria provocado um incêndio em um depósito de petróleo na região de Krasnodar.

Negociações previstas para domingo
Em meio às hostilidades, os Estados Unidos e a Rússia devem iniciar negociações para um cessar-fogo gradual na Ucrânia no próximo domingo, em Jedá, na Arábia Saudita, conforme anunciou o enviado especial de Trump, Steve Witkoff.

Moscou aceitou interromper os ataques contra a infraestrutura energética ucraniana por 30 dias durante a conversa com Trump, que o Kremlin classificou como “detalhada e franca”.

Em uma publicação anterior no Truth Social, Trump disse ter alcançado “um entendimento para trabalhar rapidamente em direção a um cessar-fogo total e, eventualmente, ao fim da horrível guerra entre Rússia e Ucrânia”.

O Kremlin afirmou que Putin está disposto a “trabalhar com os parceiros americanos para uma análise abrangente das possíveis soluções para um acordo que seja integral, estável e sustentável”.

Zelensky, por sua vez, cobrou mais transparência sobre as propostas feitas entre Rússia e Estados Unidos durante uma coletiva de imprensa online na terça-feira.

Troca de prisioneiros e impasses
Moscou também aceitou realizar uma troca de 175 prisioneiros de guerra com a Ucrânia. No entanto, Putin ainda não aderiu ao plano de cessar-fogo de 30 dias, já aceito pelo governo ucraniano sob pressão de Trump.

Entre as condições impostas pela Rússia, segundo o Kremlin, estão o fim do “rearmamento” da Ucrânia e a suspensão da ajuda militar ocidental a Kiev.

“Essas condições têm como objetivo enfraquecer a Ucrânia e mostram que Moscou não está disposta a encerrar a guerra”, criticou Zelensky.

Pouco depois, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmaram o compromisso de manter a ajuda militar à Ucrânia.

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