Em uma coletiva de imprensa realizada na noite de terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma proposta polêmica de ocupação dos Estados Unidos na Faixa de Gaza, imediatamente após sugerir a remoção de todos os palestinos da região para países vizinhos.
“O EUA assumirá o controle da Faixa de Gaza, e faremos um trabalho com isso também”, afirmou Trump, de 78 anos, ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que elogiou a proposta. “Nós seremos responsáveis por desmontar todas as bombas não explodidas e outras armas no local, nivelar a área e eliminar os prédios destruídos – nivelar tudo e criar um desenvolvimento econômico que fornecerá um número ilimitado de empregos e moradias para as pessoas da região.”
Trump ainda afirmou que os cerca de 2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza seriam realocados para países vizinhos em uma fase transitória, e que eles não teriam direito de retorno após esse processo. “Simplesmente não poderão voltar. Se voltarem, isso vai terminar do mesmo jeito que tem sido há 100 anos”, disse o presidente.
O presidente dos EUA também mencionou que enviaria tropas americanas para o território “se necessário” e imagina a região como um “local internacional inacreditável”, que seria visto como “a Riviera do Oriente Médio”, com alguns palestinos podendo se reestabelecer lá.
Netanyahu praticamente endossou a ideia, afirmando que acredita que poderia “mudar a história” e que vale a pena seguir essa abordagem. “Eu vejo um futuro diferente para essa região que tem sido foco de tantos ataques, terrorismo, provações e tribulações”, disse Netanyahu. “Ele tem uma ideia diferente, e eu acho que vale a pena prestar atenção nisso.”
Apesar de não ter apresentado um cronograma claro para a ocupação ou o reassentamento, Trump descreveu o plano como uma “forte recomendação” para trazer estabilidade à região. “Eu estudei isso muito de perto durante vários meses, e vi de todos os ângulos possíveis”, afirmou Trump. “Conversei com outros líderes no Oriente Médio e eles adoraram a ideia. Eles dizem que isso realmente traz estabilidade, e o que precisamos é de estabilidade.”
Trump também mencionou o recente cessar-fogo entre o Hamas e Israel, que foi alcançado após suas ameaças de represálias contra o grupo terrorista, caso um acordo para encerrar o conflito e libertar reféns não fosse firmado antes de sua posse, em 20 de janeiro. O Hamas ainda controla partes da Faixa de Gaza, apesar de ter perdido grande parte de seu poder durante o conflito de 16 meses.
Os líderes egípcios e jordanianos já rejeitaram o pedido de Trump para que aceitassem os gazenses em seus países. No entanto, Trump afirmou que acredita que as lideranças de Amã e Cairo acabarão aceitando a proposta, e que os gazenses ficariam entusiasmados com a ideia de se relocarem.
“Gaza é um buraco infernal agora”, disse Trump. “Já era antes do início dos bombardeios, e nós vamos dar às pessoas a chance de viver em uma comunidade bonita, segura e protegida. Acho que vocês vão ver um grande apoio por isso.”
Durante o dia, o presidente fez uma série de declarações sobre Gaza e disse no Salão Oval, antes da coletiva, que acredita que os residentes “não quereriam voltar” após a realocação. “Eu vejo uma posição de propriedade a longo prazo”, disse Trump quando questionado sobre a possível ocupação dos EUA. “Todo mundo com quem conversei adora a ideia dos Estados Unidos possuindo aquele pedaço de terra, desenvolvendo e criando milhares de empregos com algo que será magnífico, em uma área realmente magnífica que ninguém conhecia.”
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