O dólar inverteu a tendência de queda e registrou alta nesta quinta-feira (19), superando a marca dos R$ 6,29 por volta das 9h40. A movimentação ocorre em meio à atenção dos investidores ao cenário fiscal brasileiro e à divulgação do Relatório Trimestral de Inflação pelo Banco Central do Brasil (BC), nesta manhã.
A valorização da moeda americana ocorreu mesmo após o BC realizar um novo leilão de venda de dólares à vista nos primeiros minutos do pregão, com o intuito de conter a disparada da taxa de câmbio.
Às 09h45, o dólar apresentava uma alta de 0,37%, cotado a R$ 6,2903, atingindo a máxima do dia em R$ 6,2953. Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 2,82%, sendo cotada a R$ 6,2672. Com esse resultado, o dólar acumula ganhos de 3,85% na semana, 4,44% no mês e 29,15% no ano.
O mercado continua focado na situação fiscal do país. Na quarta-feira, o relator de um dos projetos do pacote de cortes de gastos do governo federal na Câmara dos Deputados apresentou pareceres para que as propostas sejam votadas na Casa. Contudo, houve uma “desidratação” de algumas medidas, ou seja, a suavização de pontos no texto que poderiam resultar em uma redução das despesas públicas menor do que o esperado. (Veja mais detalhes sobre esse ponto abaixo).
Investidores estão atentos ao andamento das propostas que integram o pacote de corte de gastos e há receio de que as ações tomadas não sejam suficientes para equilibrar as contas públicas e controlar o crescimento das despesas do governo. Há também a expectativa de que outras medidas do pacote sejam votadas ainda nesta quinta-feira.
Além do cenário fiscal, o mercado reage ao relatório de inflação do Banco Central. A instituição reconheceu oficialmente que a meta de inflação de 2024 não será cumprida, marcando o terceiro ano consecutivo de descumprimento. A meta para 2024 era de 3,0%, com margem de variação entre 1,50% e 4,50%.
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