Valdemar deixa a PF após novo depoimento sobre suposta trama golpista

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, prestou depoimento na tarde desta quinta-feira (12) na sede da Polícia Federal, em Brasília, no inquérito que investiga um possível plano para um golpe de Estado com o intuito de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em outubro de 2022.

Valdemar chegou à PF por volta das 14h e deixou o local por volta das 15h50, sem falar com a imprensa. O ex-presidente Jair Bolsonaro, também investigado no mesmo inquérito, é membro do PL, partido liderado por Valdemar.


Além do presidente do PL, também prestaram depoimento nesta tarde o ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara, e o juiz federal Sandro Nunes Vieira, afastado do cargo pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

De acordo com o relatório da Polícia Federal, Valdemar Costa Neto é acusado de apoiar e financiar questionamentos sobre a integridade das urnas eletrônicas, desempenhando um papel central na propagação de dúvidas sobre o sistema eleitoral. Já Marcelo Câmara, coronel da reserva, é apontado como um dos principais disseminadores de narrativas golpistas e participante ativo nas tentativas de reverter os resultados das eleições de 2022. O advogado de Câmara, Luiz Eduardo Kuntz, declarou que seu cliente respondeu a todas as perguntas de forma tranquila, destacando que o coronel é uma testemunha relevante na investigação.

Sandro Nunes Vieira, que atuou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até agosto de 2022, é acusado pela PF de atuar ilegalmente ao assessorar o PL na elaboração de um documento com acusações infundadas contra as urnas eletrônicas.

O relatório da Polícia Federal aponta que há elementos suficientes para indiciar Bolsonaro e seus ex-auxiliares por envolvimento em uma trama golpista. O material foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro relator, Alexandre de Moraes, deve remetê-lo à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise. Se a PGR considerar que há provas suficientes, poderá apresentar uma denúncia contra os envolvidos. Caso a denúncia seja acolhida pelo STF, Bolsonaro e seus auxiliares serão processados.

Inicialmente, a Polícia Federal indiciou 37 pessoas, e na quarta-feira (11), anunciou o indiciamento de mais três, todos militares: Aparecido Andrade Portella, suplente da senadora Teresa Cristina (PL-MS), que foi ministra da Agricultura no governo Bolsonaro; Reginaldo Vieira de Abreu; e Rodrigo Bezerra de Azevedo.


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