Venezuela prende quase 800 manifestantes durante protestos contra Maduro

Ao menos 749 manifestantes foram presos durante os protestos contra a reeleição do ditador socialista Nicolás Maduro em várias cidades do país até esta terça-feira (30), de acordo com o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab.

“A quem se atrever a sugerir que ontem foram manifestações pacíficas, informo que em consequência da violência desencadeada por estes atos, 48 responsáveis, entre militares e polícias, ficaram feridos”, afirmou o procurador-geral venezuelano nas redes sociais.


Saab disse também que “um grupo de pessoas realizou uma série de atos violentos e de vandalismo, atirando pedras e coquetéis molotov contra militares”.

O Ministério Público venezuelano anunciou que está monitorando as manifestações contra Maduro e que poderá prender aqueles que cometerem atos de violência durante os protestos contra o resultado das eleições de domingo (28).

Por outro lado, ONGs que atuam no país relatam que quatro pessoas morreram e 44 ficaram feridas durante as manifestações. Os protestos são uma reação ao resultado das eleições, que confirmou a vitória do presidente venezuelano após um fim de semana tenso, com apelos da oposição e da comunidade internacional para a divulgação completa das contagens de votos.

A ONG Pesquisa Nacional de Hospitais, que acompanha a crise hospitalar na Venezuela, informou que uma das mortes ocorreu em Caracas e as outras duas em Aragua, no centro do país. Também houve um óbito na região de Yaracuy, no noroeste, conforme relatado pela ONG Foro Penal, especializada na defesa de presos políticos.

Enquanto isso, os governos dos EUA e de outros países estão questionando os resultados oficiais que confirmaram a vitória de Maduro sobre o candidato da oposição, Edmundo González.

A cerca de quatro quarteirões do Palácio Miraflores, em Caracas, homens mascarados, vestidos à paisana e armados bloquearam o caminho de um grupo de manifestantes, incluindo homens e mulheres, que estavam a cerca de 200 metros de distância e gritavam “liberdade, liberdade” e “vai cair, vai cair, este governo vai cair”, de acordo com testemunhas da Reuters. Manifestações semelhantes ocorreram no centro, leste e oeste de Caracas.

Em Coro, capital do Estado de Falcón, no noroeste, os manifestantes derrubaram uma estátua de Hugo Chávez, ex-presidente e mentor de Maduro. Na cidade de Maracay, há relatos de que as forças de segurança usaram gás lacrimogêneo contra os participantes de um protesto.

A autoridade eleitoral nacional anunciou pouco depois da meia-noite de segunda-feira que Maduro foi reeleito para um terceiro mandato com 51% dos votos. Em seguida, proclamou Maduro como presidente para o período de 2025 a 2031, afirmando que ele havia recebido “uma maioria dos votos válidos”.


No entanto, pesquisas de boca de urna independentes indicaram uma grande vitória da oposição, especialmente após demonstrações de apoio entusiástico para Edmundo González e para a líder da oposição, María Corina Machado, durante a campanha.

A oposição contestou tanto o resultado quanto a transparência do pleito. A manifestação em Caracas atraiu milhares de pessoas dos bairros populares da capital. Os manifestantes queimaram cartazes de campanha com a imagem de Maduro e levaram bandeiras, panelas e instrumentos de percussão para acompanhar os gritos de protesto.

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