Venezuelanos pedem que TSE reconsidere e envie observadores

Venezuelanos imigrantes e refugiados no Brasil pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reconsiderar a decisão de não enviar observadores para as eleições no próximo domingo (28). A Corte desistiu da ideia após o ditador do país vizinho, Nicolás Maduro, chamar o sistema eleitoral brasileiro de “inauditável”.


Em uma carta coletiva assinada pela Rede de Organizações da Sociedade Civil Lideradas por Pessoas Migrantes e Refugiadas Venezuelanas no Brasil, os signatários argumentam que as chances de fraude no pleito diminuem se houver mais observadores internacionais.

– Os recentes comentários desrespeitosos do presidente Nicolás Maduro não refletem, de forma alguma, o sentimento da maioria dos venezuelanos. Nós, como povo, temos um profundo respeito pelas instituições brasileiras e pela sua tradição democrática exemplar – diz o texto, segundo informações do portal O Antagonista.

O documento ainda expressa gratidão aos brasileiros, afirmando que “os vínculos históricos e culturais que unem nossas nações foram significativamente reforçados pelo acolhimento generoso que o Brasil tem oferecido aos migrantes venezuelanos nos últimos anos”.

– Sentimo-nos parte integrante da sociedade brasileira, reconhecendo e valorizando o apoio e a solidariedade que temos recebido – acrescentam.

ENTENDA

Por meio de nota, a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), comunicou sua resolução de não enviar técnicos do tribunal para acompanhar as eleições da Venezuela no próximo domingo “em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras”.

A Justiça Eleitoral acrescentou não admitir que “se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil”, nem interna, nem externamente.

A declaração de Maduro ocorreu em um comício na última terça (23), em resposta aos que desconfiam da lisura das eleições venezuelanas.

– Temos o melhor sistema eleitoral do mundo. Temos 16 auditorias (…). Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos, é inauditável o sistema eleitoral. No Brasil, não auditam um registro. Na Colômbia, não auditam nenhum registro – declarou.

A fala veio após o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizer ter se “assustado” com as ameaças de Maduro prevendo um “banho de sangue” caso ele perca o pleito. No comício de terça, o venezuelano replicou orientando aqueles que se assustaram a tomarem “chá de camomila”.

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