O advogado e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Sebastião Coelho, foi detido nesta terça-feira (25) após ser barrado na entrada da sala da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O incidente ocorreu durante o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados.
Coelho conseguiu subir até o terceiro andar do STF, onde ocorre a sessão, e interrompeu brevemente a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes, por volta das 10h. Durante o episódio, ele gritou em frente ao plenário e foi contido, começando a proferir palavras de ordem, como “sanguinários” contra os responsáveis por sua retirada. “O desembargador aposentado Sebastião Coelho foi detido pela Polícia Judicial do Supremo Tribunal Federal (STF) em flagrante delito por desacato e ofensas ao tribunal”, informou a assessoria do STF.
Ainda de acordo com o STF, Coelho não havia se credenciado previamente para acompanhar a sessão, apesar da orientação de que advogados realizassem o procedimento de credenciamento antecipado. Por não estar devidamente credenciado, ele foi encaminhado para acompanhar os trabalhos da 2ª Turma.
Em nota oficial, a assessoria do Supremo afirmou que o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, determinou a lavratura de boletim de ocorrência por desacato e, posteriormente, autorizou a liberação do advogado.
Além de Coelho, o líder da oposição na Câmara, deputado Zucco, e o deputado Zé Trovão chegaram ao Supremo após o início da sessão. Ambos haviam sido inicialmente orientados a seguir para o auditório da 2ª Turma para evitar tumultos. No entanto, por serem representantes do povo, a liberação para acompanhar os trabalhos na Primeira Turma foi autorizada pelo presidente da sessão.
O incidente gerou grande repercussão, com a detenção de Coelho sendo vista como um exemplo de rigor do STF contra atitudes desrespeitosas durante as sessões da Corte.
