Fabio Wajngarten deixará a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o advogado, ele foi “obrigado” por “dever do ofício”.
– Por dever de ofício, serei obrigado a me afastar da defesa em que participo nas causas do presidente Jair Bolsonaro, cumprindo assim o que determina o Código de Ética da advocacia e a legislação em vigor – disse à coluna de Paulo Capelli, do Metrópoles.
Como motivo, Wajngarten aponta seu indiciamento pela Polícia Federal no caso das joias sauditas. A PF avalia que o advogado atuou na recompra de um Rolex, nos Estados Unidos, com objetivo de “atrapalhar as investigações”.
– A razão é simples: por minha atuação como advogado do ex-presidente Bolsonaro, fui injustamente indiciado pela Polícia Federal no caso da suposta venda e compra de joias presenteadas ao ex-presidente da República – afirmou.
Wajngarten, que deverá, ainda nesta quinta-feira (8), oficializar seu afastamento no STF, prossegue citando perseguição a Bolsonaro:
– Com isso, mesmo sendo um caso latente de criminalização da advocacia, não poderei mais representá-lo, uma vez que o conflito de interesses fica consignado irremediavelmente. Continuo convencido de que os inúmeros inquéritos abertos contra o presidente Bolsonaro se caracterizam por uma inominável perseguição política e onde, por diversos momentos, a Constituição foi desrespeitada – concluiu.
Fabio Wajngarten integra uma lista de 11 nomes, além de Jair Bolsonaro, de indiciados nos inquéritos que apuram a suposta venda de joias e a suposta falsificação de cartões de vacina.