Xi Jinping fala pela primeira vez desde a escalada na guerra comercial com os EUA

Em meio à escalada das tensões comerciais com os Estados Unidos, o presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta sexta-feira (11) que “não há vencedores em uma guerra tarifária, e ir contra o mundo só resultará em autoisolamento”. A declaração foi feita durante encontro com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, em Pequim, no mesmo dia em que o governo chinês anunciou uma nova rodada de tarifas sobre produtos norte-americanos.

De acordo com o Ministério das Finanças da China, as tarifas sobre produtos dos EUA passarão de 84% para 125% a partir de 12 de abril. A medida vem após o governo norte-americano corrigir informações anteriores e confirmar que as tarifas impostas a produtos chineses somam, na verdade, 145%, e não 125%, como havia dito o ex-presidente Donald Trump.

Xi Jinping disse que a China construiu seu desenvolvimento ao longo de mais de sete décadas com base na “autossuficiência e no trabalho árduo”, sem depender da “benevolência alheia” e sem temer “supressões injustificadas”. Ele reforçou que, independentemente das transformações no cenário global, o país “continuará confiante e focado em administrar bem seus próprios assuntos”.

Durante o encontro com Sanchez, Xi também destacou a importância da relação entre a China e a União Europeia (UE), classificando os dois blocos como “principais economias globais” e “defensoras do livre comércio e da globalização econômica”. Segundo ele, China e UE respondem juntas por mais de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

O presidente chinês defendeu que os dois lados devem “cumprir suas responsabilidades internacionais” e “resistir ao bullying unilateral”, enfatizando que isso é essencial para garantir os interesses legítimos de ambos e manter a “justiça e as regras internacionais”.

Em resposta às novas tarifas dos EUA, além da taxação ampliada, a China também suspendeu negócios com 18 empresas norte-americanas e reduziu a importação de filmes de Hollywood. O governo ainda orientou os cidadãos a terem “cautela” em viagens aos Estados Unidos, segundo comunicados do Ministério da Cultura e do Turismo e do Ministério da Educação. As ações foram justificadas pela “deterioração das relações China-EUA”.

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo ganhou novo fôlego após Trump anunciar uma pausa de 90 dias na aplicação de novas tarifas de importação a diversos países — exceção feita à China, que teve suas taxas elevadas devido às tarifas retaliatórias que já aplicava.


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