A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está na Europa e anunciou que pedirá licença do mandato na Câmara dos Deputados. Segundo a parlamentar, a viagem foi motivada por questões de saúde.
“Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias, eu vim a princípio buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e agora eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo”, disse Zambelli em transmissão ao vivo nas redes sociais.
A deputada não informou o país em que está, apenas que se trata de uma nação europeia. Em entrevista à Revista Oeste, Zambelli afirmou que pretende continuar atuando politicamente fora do Congresso.
“Eles me ceifaram, mas quando acham que morri, é quando renasço das cinzas — como a fênix. Quando julgam que minha árvore da vida secou, é quando ela mais dará frutos. Nove ministros do STF imaginaram que, ao não ser mais parlamentar, eu seria finalmente combatida e silenciada”, declarou.
Zambelli também afirmou que, sem o cargo, poderá se expressar com mais liberdade: “Sem as amarras de um mandato, sem precisar me preocupar se minhas palavras vão ferir a vaidade de uma corte que perdeu seu poder constitucional, posso lutar ainda mais — por aquilo que é certo. Afinal, eles sentem prazer em causar dor, mas eu sinto força em resistir”.
A parlamentar nega que tenha fugido do país. “Não há mandado de prisão contra mim. Além disso, a cassação ainda precisa ser analisada pela Câmara dos Deputados, que pode votar pela sua rejeição. Enquanto isso, vale refletir: o que o Daniel tem conseguido fazer pelo país, preso e calado? Talvez, se estivesse fora, pudesse ter voz agora. Por fim, falo espanhol e inglês e quero usar esses idiomas como ferramenta a favor da nossa causa. O papel do Eduardo [Bolsonaro] nos Estados Unidos é estratégico — e acredito que precisamos de uma articulação igualmente forte aqui na Europa.”
Zambelli foi condenada no último dia 18 de maio pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal a dez anos e oito meses de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na mesma decisão, os ministros declararam a perda automática do mandato da deputada, com chancela da Mesa Diretora da Câmara. Apesar disso, há parlamentares que defendem que a palavra final cabe ao plenário da Casa.
Segundo aliados, mesmo sendo considerada um incômodo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro — que a responsabiliza pelo desempenho ruim nas eleições de 2022 —, Zambelli continuará sendo acolhida pela bancada do PL na Câmara. A defesa da deputada afirmou que não sabe o paradeiro exato da cliente.
