Presidente do Banco Central lança alertas para Haddad e Mercadante

Em seus novos recados, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez uma série de alertas para o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o indicado à presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante.


O Presidente do Banco Central destacou, nesta quinta-feira (15/12), que há o risco da volta de uma “massa grande” de crédito subsidiado para a política de juros e de combate à inflação.

Sem citar diretamente o BNDES ou o governo eleito, os alertas de Campos Neto foram feitos ontem durante a apresentação do último Relatório Trimestral de Inflação do ano.

Os recados vêm após a primeira reunião de Haddad com Campos Neto, em que conversaram sobre a importância de coordenação da condução da política fiscal, pelo Ministério da Fazenda, com a política de juros do BC.

A preocupação com a reedição da política de estímulo ao crédito com taxas subsidiadas, como foi feito durante o governo Dilma Rousseff, entrou no radar no mercado financeiro depois da indicação de Mercadante para comandar o BNDES.


O BNDES foi o epicentro dessa política, com empréstimos bilionários concedidos pelo Tesouro Nacional, que começaram ainda no governo Lula, e que estão sendo devolvidos ao caixa da União desde o governo Temer.

Apesar de Mercadante ter negado – em conversa com o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney – que esse caminho será adotado, a desconfiança continua e segue impactando os ativos financeiros.

Essa deterioração se somou ao risco de mudanças na Lei das Estatais, patrocinada pelas lideranças do Centrão. Haddad também defendeu foco do futuro governo na política de crédito para o crescimento do País, mas ponderou que será feita com “responsabilidade fiscal”.

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