Andrei Rudenko, vice-ministro das relações exteriores russo, advertiu na última terça-feira, 3, que se o Japão abandonar o caminho do desenvolvimento pacífico, a Rússia será forçada a tomar medidas de resposta apropriadas.
Há duas semanas a Rússia já havia acusado o Japão de abandonar décadas de política pacifista e abraçar uma “militarização desenfreada”. Pois o país está colocando em prática um plano de defesa de 320 bilhões de dólares, anunciado pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
O plano dobrará os gastos com defesa para cerca de 2% do produto interno bruto em cinco anos e tornará o Japão o terceiro país com mais gastos militares do mundo, depois dos Estados Unidos e da China. Entre os passos vistos com preocupação estão a realização de exercícios militares de grande escala perto das fronteiras da Rússia, onde a ideia seria criar potencial de ataque.
O plano japones reflete a preocupação do país de que a invasão da Ucrânia estabeleça um precedente que encorajará a China a atacar Taiwan.
Já a Rússia considera essa atividade japonesa como um sério desafio à segurança do país e da região da Ásia-Pacífico como um todo, e alerta que, se essa prática continuar, irá bloquear as ameaças militares.
A Rússia estava anteriormente negociando com o Japão um tratado abrangente de paz, amizade e boa vizinhança, que “teria como objetivo determinar as principais direções para o desenvolvimento acelerado de todo o complexo das relações russo-japonesas”, afirmou o vice-ministro.
