Promessa de campanha: Lula busca saída para reajuste do salário mínimo

Lula afirmou que o governo federal não consegue conceder um aumento real no valor do salário mínimo para 2023 porque a medida é vista pelo setor financeiro como um “gasto”, não como um “investimento”. A fala foi proferida na última quinta-feira, 12, durante a posse da nova presidente da Caixa.


“Tudo que a gente faz é gasto. Tudo. […] Enquanto isso, a gente não pode dar aumento de salário-mínimo de 3%, porque é gasto. Não dá certo. Não é possível”, disse Lula. “Nós vamos ter que construir uma outra narrativa nesse país. Tudo que a gente fizer para melhorar a vida do nosso povo tem que ser tratado como investimento”, defendeu.

O salário-mínimo está atualmente em R$ 1.302, valor proposto pelo governo Bolsonaro no fim do ano passado, uma alta real, ou seja, acima da inflação, de 1,41%.

A promessa feita por Lula durante a campanha era de que o valor iria para R$ 1.320 neste ano, o que resultaria numa alta real de 2,81%, quase os 3% citados por Lula.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no entanto, não garante que o governo elevará o salário-mínimo para esse valor.

Haddad afirmou que houve aumento significativo no número de beneficiários do INSS, cujos pagamentos são, em sua maioria, atrelados ao mínimo.

Segundo ele, esse aumento de beneficiários consumiu o dinheiro no orçamento reservado para aumentar o piso.


“Esses recursos do orçamento foram consumidos pelo andar da fila do INSS. Porque a partir do início do processo eleitoral, por razões que não tem nada a ver com dignidade, a fila começou a andar”, declarou Haddad, antes da declaração de Lula.

Haddad afirmou que o governo está refazendo as contas e só depois decidirá se reajustará o salário-mínimo para R$ 1.320.
A ala econômica do governo defende que o piso seja mantido em R$ 1.302 ao longo de todo este ano.

Já parte da ala política que teme repercussão negativa defende um reajuste a partir de 1º de maio.

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