Nesta sexta-feira, 14 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com o presidente da China, Xi Jinping, em Pequim, e juntos assinaram acordos nas áreas de agronegócio, ciência e tecnologia, comunicação, e outros. O encontro acontece em meio ao recrudescimento das relações entre a China e os Estados Unidos, e a declaração de Lula ressaltou a importância do aprimoramento das relações entre Brasil e China, independentemente de pressões externas.
Um dos acordos estabelecidos pelos governos brasileiro e chinês foi a continuação da parceria aeroespacial com o lançamento de um novo satélite do CBERS (Programa de Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), que terá como objetivo o monitoramento da Amazônia e promete conseguir acompanhar o desmatamento da região.
Além disso, foi assinada uma declaração conjunta sobre as mudanças climáticas, demonstrando o compromisso dos dois países com a proteção do meio ambiente.Na área privada, diversos acordos também foram estabelecidos. A Seara prometeu comprar 280 caminhões elétricos da JAC Motors, enquanto o Banco da China ofereceu crédito para as exportações da JBS. A Suzano fechou parceria com a COSCO para a construção de cinco navios para o transporte de celulose, e o Banco BOCOM BBM anunciou sua adesão ao CIPS (China Interbank Payment System), que é a alternativa chinesa ao Swift.
Os acordos somam-se àqueles anunciados durante o Seminário Econômico Brasil-China, em 29 de março, totalizando cerca de R$ 50 bilhões em investimentos, de acordo com projeção do Ministério da Fazenda.
Durante o encontro com o presidente da Assembleia Nacional Popular da China, Zhai Leji, Lula ressaltou a importância de uma parceria geopolítica entre Brasil e China para mudar a governança mundial, afirmando que os interesses na relação entre os dois países não são apenas comerciais, mas também políticos.
Em 2022, os Estados Unidos proibiram a importação de equipamentos de telecomunicação produzidos por diversas empresas chinesas, incluindo a Huawei, líder no desenvolvimento da tecnologia 5G. Nos bastidores, em 2019 e 2021, os Estados Unidos também pressionaram o governo brasileiro a não aceitar a participação da Huawei na licitação para a construção da rede 5G, mas a declaração de Lula sobre o aprimoramento das relações entre Brasil e China demonstra que o país não vai ceder a pressões externas.