JBS pode ter ações listadas tanto no Brasil quanto na Bolsa de Valores de Nova York

Nesta quarta-feira (12/7), a JBS anunciou sua intenção de listar suas ações tanto na Bolsa de Valores de Nova York quanto na B3, a Bolsa brasileira, em um processo conhecido como dupla listagem.

A proposta ainda precisa receber o sinal verde numa assembleia geral de acionistas e obter as autorizações necessárias dos órgãos reguladores, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil e a Securities and Exchange Commission (SEC) nos EUA.

Caso aprovada, as ações atuais serão substituídas por novos títulos da empresa até o final do ano. O presidente global da JBS, Gilberto Tomazoni, disse à Folha que a estratégia tem como finalidade desbloquear o valor da empresa, atualmente avaliada abaixo de seus pares.

Espera-se que a mudança aumente a capacidade de investimento da JBS, atraindo investidores institucionais que operam principalmente na Bolsa de Nova York. “Isso permite que a gente aumente nossa capacidade de investimento”, afirmou Tomazoni.

Entrar na Bolsa de Nova York implica que a JBS precisará demonstrar que fortaleceu sua governança, especialmente no que diz respeito às regras anti-lavagem de dinheiro. Em troca, a empresa terá acesso a um mercado maior para a venda de suas ações, em comparação aos seus títulos de dívida atualmente taxados em 1,5% acima do que é cobrado de empresas similares operando nos EUA.

A expectativa é que isso resulte em uma economia no custo financeiro da dívida da empresa, hoje estimada em US$ 17 bilhões. “Essa proposta trará mais flexibilidade para emissão de ações para financiar nosso crescimento”, comentou Guilherme Cavalcanti, vice-presidente financeiro global e diretor de relações com investidores da JBS. “Também contribuirá para a redução da nossa alavancagem e do nosso custo de capital, permitindo que a empresa concorra em igualdade de condições com seus concorrentes globais.”


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