Advogado diz que Cid vai confessar que vendeu joias a pedido de Bolsonaro

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL), está supostamente planejando confessar que vendeu as joias recebidas durante agendas oficiais, transferiu os fundos para o Brasil e entregou o dinheiro em espécie ao ex-presidente. Essa informação teria sido confirmada pelo advogado criminalista Cezar Bitencourt em entrevista à revista Veja. Durante a semana, o advogado, recém-encarregado do caso, deu indicações nesse sentido.

De acordo com as alegações, Cid estaria disposto a admitir que desempenhou um papel na venda das joias, que haviam sido dadas a Bolsonaro como presentes, mas que não poderiam ser comercializadas, uma vez que se tratavam de bens públicos. Segundo a revista, o ex-assistente de Bolsonaro pretende testemunhar que facilitou a venda das joias de luxo nos Estados Unidos e entregou os lucros diretamente a Bolsonaro.

O tenente-coronel militar planeja justificar suas ações alegando que estava cumprindo ordens diretas do ex-presidente e que Bolsonaro era o responsável pelo esquema. Ele afirma que a ordem era “Resolve lá”, indicando que essa instrução incluía tanto a venda quanto a transferência de dinheiro ilegal para Bolsonaro.

Cezar Bitencourt, o advogado de Cid, ressaltou que essa situação poderia ser interpretada como contrabando, pois envolveu a repatriação de dinheiro e possíveis violações ao sistema financeiro. Ele também reforçou que o dinheiro em questão pertencia a Bolsonaro.

Na quarta-feira, um dia após assumir a defesa de Cid, Cezar Bitencourt já havia sinalizado que a estratégia de defesa seria demonstrar que o tenente-coronel estava apenas seguindo ordens, mesmo que essas ordens fossem consideradas “ilegais e injustas”.


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