O presidente do comitê militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Rob Bauer, anunciou que a aliança está se preparando para um confronto com a Rússia e com grupos terroristas. A declaração do almirante holandês ocorre após o bloco informar que fará seu maior exercício militar desde a Guerra Fria, reunindo 90 mil soldados.
– Não estou dizendo que dará tudo errado amanhã, mas temos que perceber que não é certo que estaremos em paz. E é por isso que nós [forças da OTAN] temos planos, é por isso que estamos nos preparando para um conflito com a Rússia e com terroristas – disse Bauer durante coletiva de imprensa em Bruxelas, após reunião dos chefes militares de defesa da Otan.
O almirante orientou ainda que nações e civis estejam prontos para os confrontos e até mesmo para serem recrutados, pois caso uma guerra global ocorra, ela mudará o cenário mundial pelos próximos 20 anos.
– Mas a discussão é muito mais ampla. É também a base industrial, e os civis que têm de compreender que desempenham um papel. Precisamos que os intervenientes públicos e privados mudem a sua mentalidade de uma era em que tudo era planejável, previsível, controlável e centrado na eficiência, para uma era em que tudo pode acontecer a qualquer momento. Uma era em que precisamos esperar o inesperado. É preciso ser capaz de recorrer a uma base industrial que seja capaz de produzir armas e munições com rapidez suficiente para poder continuar um conflito, se estivermos nele – acrescentou Bauer.
O almirante frisou que a Otan não está “procurando conflito”, mas que reagirá a altura em caso de ataque.
No começo desta semana, a Otan divulgou que está prestes a realizar o maior exercício militar desde 1988, quando houve a queda da União Soviética.
Intitulada “Steadfast Defender 2024” (Defensor Firme 2024 em tradução livre), a manobra se estenderá até o mês de maio. Ela reunirá 90 mil soldados provenientes das 31 nações que fazem parte do bloco, além da Suécia, que está negociando sua entrada no grupo.
O objetivo, segundo comandante supremo aliado da Europa, Christopher Cavoli, é “demonstrar a capacidade da Otan de enviar rapidamente forças da América do Norte e de outras partes da aliança para reforçar a defesa da Europa”.
A atividade contará com mais de 50 navios, 80 aeronaves e ao menos 1.100 veículos de combate terrestre.
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