O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que a investigação que apura a existência de uma suposta “Abin paralela”, e a operação realizada na última segunda-feira (29) que teve como alvo o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), tiveram como objetivo, respectivamente, ofuscar a apuração sobre o 8 de janeiro e a superlive feita por ele e os filhos no último domingo (28).
Bolsonaro deu as declarações em entrevista ao programa Oeste sem Filtro, nesta quinta (1°). Ao ser questionado pela comentarista Ana Paula Henkel sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em relação ao 8 de janeiro, Bolsonaro disse ser “a cereja do bolo” e disparou: “Querem a minha cabeça”.
– Essa história de Abin paralela é para ofuscar o 8 de janeiro (…). Assim como a operação de busca e apreensão na segunda-feira foi para ofuscar a live de domingo. Sou a cereja do bolo, eles querem a minha cabeça, vão ter? Só na base da arbitrariedade – disse.
Na entrevista, o ex-presidente também negou ter aparelhado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e disse que sequer nomeou alguém para diretorias do órgão. Segundo Bolsonaro, é o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quem está criando uma “Abin totalmente paralela”.
– Agora vemos na imprensa, [no site] Metrópoles: “Novo número 2 da Abin doou para candidatos de esquerda [do] PT e [do] PCdoB”. Ou seja, ele [Lula] está formando uma Abin totalmente paralela, onde seus amigos de confiança estão indo para lá – destacou.
Bolsonaro ainda disse que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), enquanto esteve no poder, utilizou a agência para trabalhar em parceria com serviços similares de países como Cuba e Venezuela, notadamente conhecidos por serem regimes ditatoriais de esquerda, visando interesses políticos.
– A exemplo da Abin de 2012, quando afastou, com material capturado pelas inteligências cubana e venezuelana e a própria Abin, o Paraguai do Mercado Comum do Sul (Mercosul) para poder entrar no bloco o seu amigo Hugo Chávez, naquela época – revelou.
- Operação da PF prende pai e filho que vazaram dados de Barroso
- “Hora de celebrar o que é histórico”, diz Tarcísio ao lado de Lula