Nesta quarta-feira (13), o vereador Rubinho Nunes (União) protocolou um pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar alegadas infrações cometidas contra indivíduos em situação de rua na cidade de São Paulo. O foco da CPI incidirá sobre o padre Julio Lancellotti, reconhecido por suas atividades sociais na região, notadamente na Cracolândia.
O requerimento apresentado por Nunes delimita a missão da CPI como a investigação de “possíveis violações à dignidade da pessoa humana, especialmente crimes relacionados à liberdade sexual, assédio moral, sexual, psicológico e outros tipos de abusos supostamente praticados contra pessoas em situação de rua, vulnerabilidade e dependência química no município de São Paulo”.
Com o apoio de 19 assinaturas, incluindo a do presidente da Câmara, Milton Leite (União), Nunes aguarda agora a votação em plenário. Para aprovação do requerimento de prioridade, necessário para dar preferência à CPI sobre outros pedidos de investigação, são necessários pelo menos 28 votos favoráveis, de um total de 55 parlamentares.
Se aprovada, a CPI será composta por sete vereadores e terá uma duração inicial de 120 dias, com a possibilidade de prorrogação por mais 120. Esta iniciativa surge após os líderes de bancada da Câmara Municipal decidirem, em reunião privada realizada em 5 de fevereiro, dar seguimento ao pedido de investigação das ONGs que operam na Cracolândia e prestam assistência a dependentes químicos e pessoas em situação de rua.
No entanto, o escopo exato da investigação permaneceu indefinido até o protocolo da CPI por Nunes, que defende que o foco seja direcionado para a conduta alegada do padre Julio Lancellotti, que tem sido alvo de acusações de abuso sexual.
Rubinho Nunes compartilhou com um grupo de vereadores, tanto da base governista quanto da oposição ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), o que ele descreveu como “novas evidências” contra o padre Julio, que ele pretende incluir nas investigações.
A instalação efetiva da comissão requer a aprovação do pedido por pelo menos 28 votos dos 55 parlamentares da Câmara.
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