Em jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (2), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ter se sentido traído com a decisão do Palácio do Planalto de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a desoneração da folha de pagamento dos setores da Economia.
Fontes relataram à CNN que Pacheco citou o sentimento de traição porque, um dia antes da decisão do governo de ir ao STF, coube a ele segurar a vontade da Câmara dos Deputados em derrubar diversos vetos presidenciais a projetos de lei que poderiam significar uma derrota para o Planalto.
Lula teria dito ao presidente do Senado entender sua chateação e se comprometido a conversar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o assunto.
A intenção do petista é distensionar a relação de Pacheco com Haddad, já que, após a decisão do Supremo, os dois trocaram farpas via entrevistas à imprensa e notas oficiais.
O encontro entre Pacheco e Lula no Palácio da Alvorada durou cerca de três horas e meia. Depois da conversa reservada entre os dois, ministros do governo também participaram da reunião.
Há duas semanas, Lula já havia se reunido com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Nos últimos meses, parlamentares têm aumentado as críticas contra o governo, principalmente no que se refere ao atraso no pagamento de emendas, judicializações de propostas aprovadas pelo Congresso e falta de articulação política.
Na terça (30), Pacheco minimizou os recentes atritos com o governo e disse que todas as “divergências” com o governo seriam resolvidas “uma a uma”.
Na ocasião, porém, ele voltou a criticar a decisão do governo federal de judicializar a desoneração da folha de pagamento de empresa e municípios. Segundo Pacheco, a medida foi um “erro primário”.
Durante ato do 1º de Maio, nesta semana, Lula negou que exista uma “guerra” entre o Palácio do Planalto e o Congresso.
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