Brasil registra novo recorde de estupro

O país registrou um novo recorde de estupro em 2023, de acordo com o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. São dez casos por hora no Brasil, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 18.

A organização afirma que o Brasil registrou um aumento de 6,5% nos casos de estupro no ano passado, com quase 84 mil ocorrências. Em 2022, eram cerca de 78 mil.

Mais de 76% das vítimas são vulneráveis, como menores de 14 anos ou pessoas incapazes de consentir o ato sexual, como indivíduos com algum tipo de deficiência intelectual.

A pesquisa revela ainda que em 84,7% das ocorrências os agressores são familiares ou conhecidos das pessoas abusadas. Além disso, 61,7% dos crimes acontecem nas casas das próprias vítimas.


Além de recorde de estupro, outros tipos de violência aumentam

O anuário também expôs um aumento nas outras formas de violência contra a mulher em 2023. A taxa de feminicídios subiu 0,8%, enquanto os casos de importunação sexual cresceram 48,7%. Como reflexo, houve um aumento de 26,7% na concessão de medidas protetivas de urgência.

Especialistas destacam que a alta nos casos de violência contra a mulher pode ser resultado da recente tipificação de crimes como importunação sexual e stalking. Além disso, podem ser a consequência de campanhas para reduzir a subnotificação.

No entanto, eles afirmam que esses fatores não explicam totalmente o aumento, que exige mais ações específicas por parte dos Estados.

Perfil das vítimas

O anuário destaca que o perfil das vítimas de estupro não mudou significativamente: 88,2% são mulheres, 52,2% são negras e 61,6% têm até 13 anos.

Coordenadora institucional do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Juliana Martins afirma que meninas nessa faixa etária muitas vezes demoram a reconhecer os abusos como atos de violência.

“Se essa violência der resultado a uma gravidez, provavelmente vão demorar a entender o que está acontecendo com o corpo delas, vão demorar a identificar essa gravidez, vão ter vergonha ou medo de falar a respeito; é uma situação que é muito maior que a violência sexual em si”, destacou a coordenadora.

Via Revista Oeste

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