Lula critica Ortega e volta a pedir nova eleição na Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender novas eleições na Venezuela e criticou o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, em meio a relações estremecidas com o país. As falas ocorreram durante uma reunião com líderes da Câmara, na noite desta segunda-feira (27).


Lula leu para os deputados a carta que escreveu com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sobre a situação venezuelana. Logo depois, disse que, se fosse Nicolás Maduro, convocaria novas eleições. O presidente afirmou que o chavista ainda tem tempo para fazer isso.

Ao citar Ortega, Lula alegou que não enviar um embaixador a um evento não é motivo para retaliar um país. A Nicarágua anunciou, no início do mês, a expulsão do embaixador brasileiro no país, Breno Dias da Costa, após ele deixar de comparecer ao aniversário de 45 anos da Revolução Sandinista. Segundo Lula, seria como se o Brasil expulsasse embaixadores que não comparecessem às celebrações do 7 de Setembro.

Ortega, que já foi aliado de Lula, chamou de “vergonhosa” a posição do presidente brasileiro sobre as eleições na Venezuela e o acusou de querer ser o “representante dos ianques (estadunidenses)” na América Latina. A declaração do ditador nicaraguense foi dada durante uma videoconferência da cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba), grupo de países aliados da Venezuela.

Neste sábado (24), Lula e Petro divulgaram uma carta em que voltaram a cobrar a divulgação das atas eleitorais da Venezuela para a conferência dos votos. Tanto Maduro quanto a oposição, representada nas urnas por Edmundo González Urrutia, declararam vitória na eleição de 28 de julho. Nem o Brasil, nem a Colômbia reconheceram qualquer resultado e cobram transparência do regime venezuelano.

No dia 15, Lula defendeu pela primeira vez em público novas eleições na Venezuela, o que é rechaçado por Maduro e pela oposição. No dia seguinte, ele disse que os venezuelanos vivem sob um “regime muito desagradável”. Para o presidente brasileiro, a Venezuela não é uma ditadura, mas tem um governo com “viés autoritário”.

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