Ataque ucraniano provoca explosão em depósito na Rússia

Um ataque ucraniano na região de Tver, Rússia, resultou em uma explosão massiva, tida como uma das mais significativas desde a invasão russa à Ucrânia em 2022. A ação levantou questionamentos sobre o tipo de armamento utilizado por Kiev.

O ataque ocorreu na madrugada desta quarta-feira, 18. Imagens em redes sociais russas mostraram uma bola de fogo gigante no céu noturno, seguida por outras explosões. Satélites da Nasa detectaram uma fonte de calor em uma área de 14 km², enquanto sensores de terremoto na Europa registraram o tremor.

O alvo ucraniano foi um grande depósito de mísseis balísticos Iskander-M e munições de artilharia em Kudino, perto de Toropets, a 380 km a oeste de Moscou e cerca de mil km de lançadores de drones na Ucrânia.

Militares russos levantaram dúvidas sobre como pequenos drones ucranianos poderiam ter destruído uma instalação anunciada em 2018 pelo Ministério da Defesa russo como capaz de suportar até ataques nucleares.


Internautas acusam ex-vice-ministro da Defesa da Rússia de ‘sabotagem’

A suspeita recai sobre uma nova arma ou sabotagem, considerando que Dmitri Bulgakov, ex-vice-ministro da Defesa, foi acusado de desvio de verbas. Mísseis ocidentais, que Volodymyr Zelensky vem solicitando há semanas, são improváveis, pois nenhum modelo disponível em Kiev tem alcance suficiente.

O impacto foi significativo. A rede social russa VK viu um aumento nas postagens de moradores sobre a evacuação de Toropets.

A mídia oficial russa quase não mencionou o ocorrido. Igor Rudenia, governador de Tver, comentou que drones ucranianos foram abatidos e um incêndio forçou a remoção de alguns moradores. Não mencionou o que explodiu.

Iuri Podoliaka, blogueiro militar, escreveu no Telegram que “o inimigo atingiu o depósito de munição na área de Toropets”. O Ministério da Defesa russo informou que 54 drones foram abatidos em várias regiões.

As ações com drones ucranianos são vistas como tentativas de Zelensky de mostrar que a Rússia está blefando sobre a escalada militar. O uso de armas da Otan contra alvos longe da fronteira seria, para Putin, uma declaração de guerra.

Avanço da Ucrânia

Enquanto isso, Kiev realiza ações assimétricas em um campo de batalha difícil: Moscou tomou áreas no leste ucraniano, que pode colapsar até o final do ano, e a ofensiva polêmica contra Kursk está sendo repelida.

Essa ação drenou recursos defensivos de Donetsk, gerando críticas a Zelensky, que reformulou seu gabinete recentemente e irá aos Estados Unidos em breve para promover seu plano de vitória, provavelmente pedindo mais armas e permissão para usá-las.

Até agora, os EUA e aliados como a Alemanha têm resistido, mas pode haver uma solução intermediária, como a autorização do uso de mísseis britânicos. O Pentágono questiona o retorno militar dessas provocações.

Em outra frente, a Romênia pediu à Otan uma resposta “coordenada e robusta” contra violações de seu espaço aéreo por drones e mísseis russos lançados contra a Ucrânia.

Os incidentes se multiplicaram nas últimas semanas no país, que compartilha 650 km de fronteira com o sul da Ucrânia. Na madrugada de quarta, Kiev afirmou ter abatido 46 de 52 drones russos, além de mísseis de cruzeiro que visavam a infraestrutura energética ucraniana.

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