Nesta quarta-feira (23/10), sirenes de ataque aéreo ecoaram por Tel Aviv enquanto o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se preparava para encerrar uma visita à região. Fumaça, aparentemente de um projétil interceptado, podia ser vista no céu acima do hotel onde o secretário estava hospedado.
Blinken foi um dos hóspedes direcionados para quartos de abrigo enquanto as sirenes ecoavam após o lançamento de um míssil do Hezbollah.
Os Estados Unidos retomaram os esforços por um cessar-fogo após o assassinato do principal líder do grupo, Yahya Sinwar, em uma operação militar israelense em Gaza na semana passada. A visita do secretário de Estado teve como objetivo as tratativas sobre o tema, mas não há indicação de que qualquer uma das partes em guerra tenha modificado suas demandas desde que as negociações pararam no verão.
Blinken, que se encontrou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outras autoridades nesta terça (22), disse que pressionou Israel a permitir mais ajuda humanitária em Gaza e reiterou seu alerta de que não fazê-lo poderia levar a uma redução na ajuda militar dos EUA.
– Houve progresso, o que é bom, mas mais progresso precisa ser feito – disse ele.
O secretário ainda afirmou que Israel precisa buscar um “sucesso estratégico duradouro” após suas recentes vitórias táticas contra o grupo terrorista Hamas.
Apesar disso, ambos os lados parecem permanecer ainda entrincheirados. Netanyahu prometeu aniquilar o Hamas e recuperar dezenas de reféns mantidos pelo grupo. O Hamas por sua vez diz que só libertará os cativos em troca de um cessar-fogo duradouro, uma retirada israelense completa de Gaza e a libertação de prisioneiros palestinos.
Em 7 de outubro de 2023, terroristas do Hamas abriram buracos em uma cerca de segurança de Israel e invadiram o território, matando cerca de 1.200 pessoas – a maioria civis – e sequestrando outras 250. A guerra também destruiu grandes áreas de Gaza e deslocou cerca de 90% da população de 2,3 milhões de pessoas.
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento disse, em um relatório, que pode levar 350 anos para que a economia de Gaza retorne ao seu nível precário anterior à guerra.