Após a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, no dia 6 de novembro, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) brincaram sobre a possibilidade de terem seus vistos americanos cancelados. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo.
A piada surgiu em razão de um episódio ocorrido em setembro, quando um grupo composto por quatro deputados e um senador norte-americanos, todos do Partido Republicano, enviou uma solicitação ao Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pedindo a revogação dos vistos dos ministros do STF.
O pedido foi feito após a decisão de Alexandre de Moraes de suspender o X, plataforma de Elon Musk, por não ter cumprido uma ordem judicial para suspender perfis.
No documento, o grupo chamou Alexandre de Moraes de “ditador totalitário” e acusou os outros membros da Corte de serem “cúmplices das práticas antidemocráticas”.
A brincadeira entre os ministros do STF ocorreu em uma sala da Corte, durante os preparativos para uma sessão no plenário do dia. Estavam presentes o presidente Luís Roberto Barroso, os ministros Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Kassio Nunes.
A piada consistia em especular sobre qual dos ministros seria o primeiro a ter o visto revogado por Trump.
Na época, os parlamentares republicanos também divulgaram um relatório intitulado “Ataque à liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”, elaborado pelo comitê de assuntos judiciários da Câmara dos EUA.
Os deputados americanos foram apoiados por políticos brasileiros alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar do pedido de revogação dos vistos, a solicitação foi ignorada pela administração democrata de Joe Biden. No entanto, com o retorno de Trump ao cenário político, a pressão sobre o STF pode aumentar, especialmente por parte de aliados de Bolsonaro, que buscam reverter a inelegibilidade do ex-presidente, determinada em 2023, e obter uma anistia que permitiria sua candidatura à presidência em 2026.
Integrantes do núcleo pró-Bolsonaro acreditam que a vitória de Trump poderá mudar o cenário da Corte, à medida que os ministros comecem a sentir a pressão política.
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