Justiça nega arquivamento de investigação sobre Gusttavo Lima

A juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, negou o pedido de arquivamento parcial da Operação Integration, que investiga possíveis envolvimentos do cantor Gusttavo Lima em um esquema de lavagem de dinheiro ligado a sites de apostas. O pedido de arquivamento havia sido feito pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), mas a magistrada determinou que o inquérito fosse encaminhado ao procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Matos de Carvalho, para análise.

O cantor, indiciado em setembro pela Polícia Civil de Pernambuco, foi apontado por negociar a venda de uma aeronave Cessna Aircraft 560XLS com a empresa HSF Entretenimento e Promoção de Eventos, vinculada à Esportes da Sorte. Posteriormente, a aeronave foi vendida para o dono da Vai de Bet, uma casa de apostas com sede em Campina Grande. Apesar das alegações de que Gusttavo Lima não teria ocultado valores durante a transação, a juíza considerou que a relação do cantor com os donos da Vai de Bet poderia indicar envolvimento em práticas ilícitas, como a lavagem de dinheiro.

“A relação do investigado Nivaldo Batista Lima (nome verdadeiro de Gusttavo Lima) com os donos da Vai de Bet, conhecidos pela ligação com apostas ilegais, agrava sua situação. A compra de 25% da empresa, por ele realizada, é um indicativo claro de envolvimento em práticas de lavagem de dinheiro”, afirmou a juíza Andréa Calado, em sua decisão.

A magistrada também destacou a complexidade das transações e as coincidências de datas e valores, que, segundo ela, exigem a continuidade das investigações. Em sua decisão, ela argumentou que tais elementos indicam que o caso ainda carece de uma apuração mais aprofundada.

Além disso, o MPPE havia solicitado o arquivamento parcial da investigação, argumentando que, com a regulamentação das apostas esportivas online, não haveria mais fundamentos para investigar a lavagem de dinheiro relacionada a apostas. No entanto, a juíza não se pronunciou sobre este ponto em sua decisão, optando por manter o andamento da apuração das conexões entre as apostas ilegais e outros crimes.

O caso, que também envolveu a prisão da influenciadora Deolane Bezerra, continua sendo monitorado pelas autoridades. O inquérito será agora reencaminhado ao procurador-geral para a definição dos próximos passos na investigação.


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