Lula atacar Meta após mudança na checagem

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou na tarde desta quinta-feira (09) as mudanças anunciadas pela gigante da tecnologia Meta, responsável pelo Facebook e Instagram, no tratamento de conteúdos postados em suas plataformas digitais.

Ao ser questionado por jornalistas sobre as alterações apresentadas por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, na última terça-feira (07), Lula afirmou que os países precisam ter suas soberanias resguardadas.

“Nós queremos, na verdade, é que cada país tenha a sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, não pode dois cidadãos, não pode três cidadãos acharem que podem ferir a soberania de uma nação”, afirmou o petista.

Lula também disse que vai fazer ainda nesta quinta-feira uma reunião para discutir a mudança de postura da Meta. “Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha mesma responsabilidade de um cara que comete um crime na imprensa escrita”, completou Lula.

O petista foi abordado pela imprensa quando visitava a galeria de presidentes no Palácio do Planalto e obras que foram recuperadas após os atos do 8 de janeiro de 2023.

A Meta, proprietária do Instagram e do Facebook, anunciou nesta semana o fim de seu programa de verificação de fatos, com início nos Estados Unidos. A empresa substituirá o programa por um sistema de “notas de comunidade”, em que os próprios usuários poderão corrigir informações, adotando um modelo semelhante ao implementado pelo X, plataforma de Elon Musk.

Em vídeo publicado no Instagram, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, justificou a mudança ao afirmar que os verificadores têm sido politicamente tendenciosos e que isso prejudicou a confiança dos usuários em vez de fortalecê-la. Segundo ele, com o encerramento da verificação por terceiros, a plataforma deixará de identificar algumas “coisas ruins”, mas também reduzirá os casos de remoção equivocada de posts e contas de usuários inocentes.

Zuckerberg também fez críticas a tribunais secretos na América Latina, que, de acordo com ele, ordenam a remoção silenciosa de conteúdos em redes sociais.

Entre as principais mudanças anunciadas estão: o encerramento das parcerias de verificação de fatos, que incluíam equipes externas e internas; a redução no escopo dos filtros de moderação, que agora se concentrarão em violações legais e de alta gravidade; a introdução de denúncias feitas pelos próprios usuários para casos de menor gravidade; e a possibilidade de os usuários adicionarem correções a postagens por meio de notas complementares, semelhantes às “notas da comunidade” do X.

Além disso, a Meta voltará a recomendar conteúdos políticos no Instagram e no Facebook. A equipe de confiança, segurança e moderação de conteúdo deixará a Califórnia, e a revisão de postagens nos Estados Unidos será centralizada no Texas.


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