O ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou na terça-feira (28) um novo reforço no controle da fronteira com o Brasil, especificamente na província de Misiones. A iniciativa amplia a política já implementada na fronteira com a Bolívia, onde o governo argentino planeja construir uma cerca de 200 metros para conter o trânsito ilegal entre os dois países.
Segundo Bullrich, a medida se deve às vulnerabilidades identificadas na região. “Agora, vamos para a fronteira em Misiones com o Brasil, onde se entra no país a pé em muitos lugares, e onde tivemos assassinos e problemas”, declarou em entrevista à Rádio Mitre. A ministra mencionou específica a cidade de Bernardo de Irigoyen como um ponto crítico, devido à sua integração com o município brasileiro vizinho, tornando o controle mais desafiador.
A política de segurança nas fronteiras faz parte do Plano Güemes, um programa criado pelo governo de Javier Milei para fortalecer os controles migratórios e combater crimes federais, como o narcotráfico. O governo argentino argumenta que a região enfrenta desafios significativos devido ao tráfico de drogas e ao contrabando, justificando medidas mais rígidas.
O “cercamento perimetral” previsto na fronteira com a Bolívia será erguido no município de Aguas Blancas, província de Salta, e foi oficialmente licitado pelo governo argentino. No entanto, a estrutura de 200 metros é considerada simbólica diante dos mais de 700 km de fronteira compartilhada entre os dois países. O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia condenou a medida, alegando que decisões unilaterais podem prejudicar a relação bilateral e comprometer a convivência pacífica entre os países. O governo boliviano defendeu que soluções para questões fronteiriças devem ser alcançadas por meio do diálogo diplomático.
Apesar das críticas, Bullrich defendeu a política em suas redes sociais, afirmando que o objetivo é proteger os argentinos. “Estamos promovendo esta cerca em Aguas Blancas para proteger os argentinos do narcotráfico e reforçar o controle na fronteira, que estava totalmente descontrolada”, escreveu.
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