Copom: alta no preço dos alimentos deve se manter a médio prazo

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) afirmou, nesta terça-feira (4/2), que o cenário de inflação segue “adverso”, principalmente a curto prazo. Com isso, a ata do colegiado destacou que os preços de alimentos aumentaram de forma significativa em função, entre outros fatores, da estiagem e da elevação de preços das carnes, afetada pelo ciclo do boi.


Para o colegiado do BC, o aumento dos preços dos alimentos “tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”.

“Com relação aos bens industrializados, o movimento recente do câmbio pressiona preços e margens, sugerindo maior aumento em tais componentes nos próximos meses. Por fim, a inflação de serviços, que tem maior inércia, segue acima do nível compatível com o cumprimento da meta em contexto de atividade dinâmica e acelerou nas observações mais recentes”, diz trecho da ata.

Sobre a política econômica (as contas públicas), o BC afirmou que o colegiado “manteve a firme convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas”. “Em particular, o debate do comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”, destaca trecho da ata.

“No período recente, a percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida seguiu impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas”, acrescenta.

O Copom reforçou a necessidade do governo federal ampliar o esforço de “reformas estruturais e disciplina fiscal”. Caso contrário, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o “potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”.

A diretoria da autoridade monetária entende que a condução da política econômica dos Estados Unidos (EUA) ainda preocupa e torna o ambiente externo “desafiador”. Entre os pontos citados estão:


  • os ritmos de desaceleração e de desinflação do país; e
  • a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

x