Haddad prevê queda nos preços de alimentos com desvalorização do dólar

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (7) que a estratégia do governo federal para conter a alta do dólar terá impacto na redução dos preços dos alimentos nas próximas semanas. “Tem muita coisa para fazer, mas o avanço é muito significativo”, declarou o ministro em entrevista a uma rádio pernambucana.

Haddad destacou a política de valorização do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda, a isenção de impostos federais sobre a cesta básica e a supersafra como medidas adotadas pelo governo para conter o avanço dos preços dos alimentos.

“O presidente Lula não só zerou os impostos da cesta básica, como agora, a partir de 2027, a Constituição Federal vai impedir os governos estaduais de cobrarem imposto sobre a cesta básica, que já não tem impostos federais. A primeira providência foi justamente de zerar os impostos sobre a cesta básica. A segunda coisa é que, depois de sete anos, Lula retomou a política de valorização do salário mínimo. Então aumentar o salário mínimo é uma das formas de garantir que o trabalhador mantenha seu poder de compra”, explicou o ministro.

Haddad também citou a influência do câmbio na formação dos preços. Segundo ele, a valorização do dólar ocorrida no final de 2023, atribuída à eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, impactou os preços internos. “As moedas perderam valor. Agora, se acompanhar o que está acontecendo, o dólar está perdendo força. Chegou a R$ 6,30 no ano passado e hoje tá na casa dos R$ 5 e pouco. Isso também colabora para redução do preço dos alimentos, no médio prazo”, afirmou.

Outro ponto destacado pelo ministro foram os investimentos recordes no Plano Safra 2024/2025, que soma R$ 400 bilhões. “Isso tudo vai ajudar a normalizar essa situação. Vamos continuar tomando as medidas de salário mínimo, corrigir tabela do Imposto de Renda, melhorar poder de compra do salário, abaixar o dólar e melhorar a safra para combater os preços altos”, afirmou.

Na entrevista, Haddad também foi questionado sobre a alta dos combustíveis e apontou a flutuação cambial como fator determinante. “Depois da eleição de Trump, teve uma disparada do dólar. E agora, com o dólar voltando ao normal. E a gente importa gasolina e diesel, isso tem reflexo no preço. Mas, de novo, compara com o preço de dois anos atrás. Hoje, está mais baixo do que há dois anos. A gente tem que ter clareza que não conserta um país destruído em dois anos”, declarou.

Por sua vez, o presidente Lula sugeriu que os consumidores evitem comprar alimentos que estejam caros, como forma de forçar uma redução de preços. “Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado e desconfia que tal produto está caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar”, afirmou o presidente em entrevista a rádios baianas.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

x