Israel intensifica ataques aéreos após impasse na libertação de reféns

Israel realizou novos ataques contra o Hamas e prometeu aumentar sua ofensiva militar nesta sexta-feira (15), após as negociações sobre a libertação de reféns entrarem em impasse. O governo israelense afirmou que os bombardeios foram uma resposta à recusa do Hamas em liberar os sequestrados e rejeitar as propostas apresentadas pelos mediadores e pelo enviado presidencial dos Estados Unidos, Steve Witkoff.

Nas últimas horas, Israel realizou ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, o sul do Líbano e o sul da Síria. Segundo autoridades locais, pelo menos 10 pessoas morreram, incluindo uma criança. O Exército israelense alegou que os alvos eram militantes que planejavam ataques.

Os bombardeios ocorrem após quase dois meses de um cessar-fogo parcial, que pausou um conflito de 17 meses e resultou na libertação de dezenas de reféns em troca da soltura de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos. Desde o início de março, Israel bloqueou a entrada de alimentos, remédios e combustíveis em Gaza, exigindo que o Hamas aceitasse mudanças no acordo de trégua.

Ataques atingem Gaza, Síria e Líbano
Na Síria, um dos bombardeios atingiu uma área residencial na cidade de Daraa, matando três pessoas e ferindo 19, incluindo quatro crianças, uma mulher e três voluntários da defesa civil. Duas ambulâncias foram danificadas. Outros ataques atingiram posições militares próximas à cidade. O Exército israelense afirmou que os alvos eram centros de comando e depósitos de armamentos pertencentes às forças do presidente Bashar al-Assad, que representariam uma ameaça à segurança israelense.

Em Gaza, ataques aéreos atingiram a região do campo de refugiados de Bureij. Um dos bombardeios atingiu uma escola usada como abrigo para palestinos deslocados, matando um homem de 52 anos e seu sobrinho de 16, segundo o Hospital Al-Aqsa Martyrs. O Exército israelense afirmou que o alvo eram militantes que estariam plantando explosivos. Outro ataque matou três homens na mesma área. Israel alegou que eles tentavam instalar um artefato explosivo próximo às tropas israelenses, enquanto o governo do Hamas disse que as vítimas apenas coletavam lenha.

No Líbano, Israel afirmou ter realizado ataques contra dois integrantes do Hezbollah na cidade de Yohmor. A agência estatal libanesa reportou duas mortes e dois feridos. O Exército israelense anunciou novos bombardeios contra alvos do Hezbollah no sul do país, sem especificar locais. Um cessar-fogo entre Israel e Hezbollah entrou em vigor em novembro, após 14 meses de conflito, mas ambos os lados se acusam de violações.

Impasse sobre reféns
Desde o início do cessar-fogo em Gaza, em janeiro, Israel matou dezenas de palestinos que, segundo os militares, teriam se aproximado de suas tropas ou entrado em áreas não autorizadas. Mesmo com as tensões, a trégua tem evitado uma escalada maior da violência.

A primeira fase do acordo de cessar-fogo resultou na troca de alguns reféns do Hamas por prisioneiros palestinos. Agora, Israel exige que o Hamas liberte metade dos reféns restantes para que seja negociada uma trégua definitiva. O grupo, por sua vez, defende que as negociações sigam conforme o acordo original, que previa a libertação de todos os sequestrados e a retirada das tropas israelenses de Gaza. Estima-se que o Hamas ainda mantenha 24 reféns vivos e os corpos de outros 35.

As negociações seguem mediadas por Egito, Catar e Estados Unidos, mas o impasse permanece, aumentando a tensão na região.


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