Ucrânia e Rússia retomam negociações de paz em Istambul

Delegações da Rússia e Ucrânia se reúnem nesta segunda-feira (2 de junho de 2025) em Istambul para uma segunda rodada de conversas de paz diretas, após mais de três anos de guerra que já causou dezenas de milhares de mortos em ambos os lados. As negociações, programadas para as 13h no horário local (7h no horário de Brasília) no histórico Palácio Ciragan, às margens do Bósforo, buscam avanços mais substanciais do que a primeira rodada, realizada em 16 de maio, que resultou apenas em um acordo para uma troca de prisioneiros em larga escala.


As conversas se desenvolvem em um momento de máxima tensão, após um ataque ucraniano “em larga escala” no domingo que atingiu o território russo até a Sibéria, danificando dezenas de aeronaves militares em quatro bases aéreas. A Ucrânia reivindicou ter causado danos estimados em US$ 7 bilhões no assalto coordenado com drones, enquanto a Rússia reportou ter derrubado 162 drones ucranianos durante a noite, principalmente nas regiões fronteiriças de Kursk e Belgorod.

Posições Irreconciliáveis e Propostas Iniciais

As posições de ambas as partes permanecem irreconciliáveis. A Ucrânia exige um “cessar-fogo completo e incondicional”, o retorno de prisioneiros e crianças deportadas. Por sua vez, a Rússia apresenta um “memorando” com condições que incluem a renúncia ucraniana a ingressar na OTAN e a entrega de cinco regiões anexadas. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky continua solicitando uma reunião direta com Vladimir Putin, proposta que o Kremlin tem rejeitado repetidamente.

A delegação ucraniana desembarcou em Istambul com a expectativa de que as delegações consigam dialogar e entrar em consenso para avançar com um cessar-fogo. “Continuamos a propor um cessar-fogo total e incondicional, juntamente com todas as medidas racionais e dignas que possam levar a uma paz duradoura e confiável. A proposta ucraniana que apresentamos aos russos é lógica e realista”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Histórico Recente de Confrontos

A primeira rodada de negociações, realizada em maio, resultou na maior troca de prisioneiros da guerra, com mil detentos de cada lado. No entanto, essa cooperação ocorreu em meio a ataques russos massivos na Ucrânia, provocando o aumento dos bombardeios com drones ucranianos em território russo.


Desta vez, o cenário não é diferente. No domingo (1º), a Ucrânia lançou um grande ataque contra uma base da Rússia na Sibéria, que teria destruído mais de 40 aviões militares. A operação envolveu drones transportados por caminhões para o território russo. Horas antes, duas pontes na região foram destruídas.

Os ataques ucranianos aconteceram em resposta aos bombardeios russos. Na última semana, Moscou lançou mais de 470 mísseis e drones contra Kiev, no maior ataque desde a invasão do território ucraniano. Ao todo, 12 soldados foram mortos e ao menos 60 ficaram feridos nesse bombardeio.

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