Durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, realizado nesta sexta-feira (20), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a defender que russos e ucranianos são “o mesmo povo” e afirmou que, sob essa ótica, “toda a Ucrânia é nossa”. A declaração foi transmitida ao vivo pela televisão estatal russa.
“Já disse muitas vezes: considero que os povos russo e ucraniano são o mesmo povo. Nesse sentido, toda a Ucrânia é nossa”, afirmou o líder russo durante o plenário do evento.
Putin também citou um antigo ditado russo para justificar sua visão sobre a soberania ucraniana: “Em nosso país, há uma regra antiga, não é um ditado ou uma parábola: onde pisa a bota de um soldado russo, é nosso”.
O presidente russo ainda afirmou que não descarta expandir a ofensiva militar para a região de Sumi, no norte da Ucrânia, onde tropas de Moscou já estabeleceram uma “faixa de segurança” de 10 a 12 quilômetros de largura. “O próximo pode ser Sumi. A capital regional… Não temos esse objetivo [de conquistar Sumi], mas, em princípio, não o descarto”, declarou.
Putin também mencionou que, ao longo do conflito, ofereceu diversas oportunidades para que Kiev encerrasse as hostilidades. Segundo ele, as exigências russas nas negociações tendem a se tornar “cada vez mais duras” com o passar do tempo.
Em outro trecho de sua fala, o chefe do Kremlin disse estar “muito preocupado” com o risco de uma terceira guerra mundial, citando não apenas o conflito na Ucrânia, mas também a tensão crescente no Oriente Médio e a situação em torno das instalações nucleares do Irã. “Falo com seriedade, sem ironia ou brincadeiras. Há um enorme potencial de conflito se formando”, alertou.
Sobre a crise entre Israel e Irã, Putin afirmou que Moscou não pretende atuar como mediador, mas apenas apresentar sugestões para resolver a situação. “Não buscamos mediar nada, apenas propomos ideias. Se forem interessantes para ambas as partes, ficaremos satisfeitos”, declarou, acrescentando que a Rússia mantém contato regular com Israel e com os “amigos iranianos”.
O presidente russo também mencionou que os Estados Unidos rejeitaram a mediação de Moscou. Segundo ele, o ex-presidente norte-americano Donald Trump descartou essa possibilidade durante uma conversa telefônica recente.
Nesta semana, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou como “cínicas” as justificativas dadas por Israel para os ataques contra o Irã, iniciados há cerca de uma semana. Moscou ainda fez um apelo aos Estados Unidos para que não intervenham militarmente no conflito, alertando para “consequências imprevisíveis”.
Na última terça-feira, Trump convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional na Casa Branca para discutir possíveis formas de apoiar Israel nos esforços para neutralizar o programa nuclear iraniano.
