Moraes dá 5 dias para a PF ouvir Wajngarten e advogado de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (25), a oitiva dos advogados Fábio Wajngarten, ex-assessor de Bolsonaro, e Paulo Costa Bueno no prazo de cinco dias. A decisão foi tomada no âmbito de inquérito que apura a suposta prática do crime de obstrução de investigação envolvendo organização.

A medida ocorre após a defesa de Mauro Cid – ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e colaborador da Justiça – entregar ao STF documentos e evidências que indicariam tentativas de contato indevido de advogados ligados à defesa de Bolsonaro com familiares de Cid, incluindo sua filha menor de idade.


Além da oitiva dos dois advogados, Moraes também determinou que, no prazo de dez dias, a Polícia Federal apresente o laudo completo de extração e categorização dos dados do celular apreendido, pertencente à filha de Mauro Cid. O aparelho foi entregue voluntariamente à PF, com autorização para acesso ao conteúdo.

Na decisão, o ministro considerou “adequada e necessária” a escuta de Wajngarten e Paulo Bueno diante dos elementos apresentados nos autos. Entre os documentos enviados pela PF estão declarações da esposa de Cid, Gabriela Ribeiro Cid, e de sua mãe, Agnes Barbosa Cid, relatando abordagens feitas por advogados, supostamente com o intuito de interferir na delação premiada já homologada de Mauro Cid.

As investigações fazem parte do inquérito instaurado a partir de decisão do próprio Moraes nos autos da Ação Penal 2.693/DF, que já apura a conduta dos advogados Luiz Eduardo Kuntz e Marcelo Câmara. Agora, com os novos elementos apresentados, o ministro ampliou o escopo do inquérito para incluir os nomes de Fábio Wajngarten e Paulo Costa Bueno.

A apuração tem como contexto as investidas da defesa de Bolsonaro sobre delatores e investigados nos inquéritos que tramitam no STF e envolvem organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.

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