O presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu, em reunião com ministros na noite do último domingo (13), no Palácio da Alvorada, dois eixos principais de atuação do governo diante do tarifaço anunciado por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
Segundo auxiliares presidenciais ouvidos sob condição de anonimato, os dois eixos são: soberania e economia. No primeiro, a intenção é deixar claro que a soberania brasileira “não se negocia”.
Durante a reunião, Lula afirmou categoricamente que não aceitará qualquer tipo de negociação com os Estados Unidos que envolva anistia ou julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No fim de semana, o governo também divulgou um vídeo em resposta ao tarifaço, com o slogan “Brasil soberano”. A peça afirma: “País soberano não baixa a cabeça para outros países”.
Eixo econômico
No campo econômico, Lula discutiu com seus ministros a criação de um comitê executivo com empresários brasileiros dos setores mais impactados pela medida norte-americana. O grupo será liderado pelo próprio presidente.
Segundo integrantes do governo, Lula pretende iniciar as conversas com o setor empresarial ainda nesta semana. Além dele, participarão do comitê outros ministros e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Ainda na reunião, o presidente debateu com seus auxiliares a regulamentação da chamada Lei da Reciprocidade, que poderá ser acionada caso Trump realmente confirme a taxação sobre os produtos brasileiros.
Na semana passada, o atual ocupante da Casa Branca anunciou que produtos exportados do Brasil aos Estados Unidos passarão a pagar uma tarifa de 50% a partir de 1º de agosto.
Participantes da reunião
A reunião no Palácio da Alvorada começou por volta das 18h e se estendeu até depois das 22h. Além de Lula, estiveram presentes:
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços;
Fernando Haddad, ministro da Fazenda;
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura;
Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais;
Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom);
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central;
Maria Laura da Rocha, secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores;