Hugo Motta nega negociação com oposição e promete punições

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou nesta quinta-feira (7) que tenha feito qualquer tipo de acordo com parlamentares da oposição em troca do fim da ocupação do plenário da Casa. O protesto da oposição durou dois dias e foi encerrado após a formalização do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com 41 assinaturas.


“A presidência da Câmara é inegociável. Quero que isso fique bem claro. As matérias que estão saindo sobre a negociação feita por esta presidência para que os trabalhos fossem retomados não estão vinculadas a nenhuma pauta”, declarou Motta a jornalistas. “O presidente da Câmara não negocia as suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo, nem com absolutamente ninguém”, reforçou.

O protesto no Congresso foi liderado por deputados e senadores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em resposta à decisão de Alexandre de Moraes de decretar prisão domiciliar contra ele. Como forma de pressão, os parlamentares bloquearam os trabalhos na Câmara e no Senado, exigindo a votação de pautas como a anistia dos condenados pelos atos de 8 de Janeiro, o fim do foro privilegiado e o próprio impeachment de Moraes.

Em meio ao impasse, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), se reuniu duas vezes com os oposicionistas, o que contribuiu para o fim da obstrução na Casa.

Na Câmara, Hugo Motta afirmou que adotará medidas contra os parlamentares que impediram a realização das sessões. “Providências serão tomadas até o dia de hoje”, afirmou, sem detalhar quais ações serão adotadas. O deputado também disse que pretende restabelecer o clima de diálogo entre as bancadas. “Queremos trazer de volta o ambiente da Casa, respeitando todos os partidos e lideranças.”


Questionado sobre a atuação do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) durante o momento de crise, Motta foi diplomático. “Foi um presidente que atuou na defesa institucional da Câmara. E é natural que, em momentos de tensão, todos aqueles que querem o bem da Casa se unam para construir as soluções para os problemas”, disse.

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