O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez um discurso para abrir a ordem do dia no plenário nesta terça-feira, 12, no qual disse ser necessário agir com “urgência” para proteger crianças e adolescentes no Brasil.
Motta deu a declaração depois de ter assistido a um vídeo que expôs casos de exploração sexual e “adultização” precoce de crianças nas redes sociais — produzido pelo influenciador Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca.
“Uma infância perdida não se recupera”, afirmou o presidente. “Uma criança ferida carrega essa marca para sempre. Proteger a infância não é um favor, é um dever. Um dever que antecede partidos, ideologias, disputas. Um dever que antecede a própria política.”
O presidente relatou que a reação ao conteúdo não foi como autoridade, mas como pai: “Eu sou pai de duas crianças, e ao ver aquelas imagens, a minha primeira reação não foi política, foi humana”. “Foi de um pai que se pergunta: que mundo estamos entregando para os nossos filhos?”, disse.
Segundo Motta, as imagens mostravam “crianças expostas a conteúdos eróticos, crianças usadas, crianças abusadas” — um retrato que classificou como “uma ferida aberta no Brasil”.
Motta afirmou que a proteção à infância é uma pauta “inadiável” e que não pode ser tratada como um tema comum na agenda legislativa. “Existem matérias urgentes e existem matérias mais do que urgentes: elas são incontornáveis, obrigações morais de qualquer civilização que se pretenda digna desse nome”, acrescentou.