Mais de 800 pessoas morreram e ao menos 2,7 mil ficaram feridas em razão de um terremoto de magnitude 6 que atingiu, na madrugada desta segunda-feira, 1º, duas províncias montanhosas no leste do Afeganistão.
O Ministério do Interior, comandado pelo Talibã, informou que equipes de resgate continuam as buscas sob escombros, em meio a esforços para localizar sobreviventes.
O tremor, seguido por cinco réplicas sentidas a grandes distâncias, agravou a situação humanitária do país, já pressionado por recentes crises. Abdul Maten Qanee, porta-voz do órgão, afirmou que “todas as equipes foram mobilizadas para acelerar a assistência, para que um apoio abrangente e completo possa ser fornecido”.
Dificuldades no resgate em comunidades do Afeganistão
Na capital, Cabul, autoridades de saúde relataram dificuldades para alcançar aldeias isoladas em regiões historicamente afetadas por terremotos e enchentes. Imagens divulgadas mostram quando helicópteros transportam vítimas, enquanto moradores e soldados colaboram no resgate de feridos encaminhados às ambulâncias.
O Ministério da Saúde relatou que três aldeias foram completamente destruídas na província de Kunar, com danos extensos em outras localidades. As autoridades confirmaram ao menos 610 mortes em Kunar e 12 em Nangarhar.
Outros esforços de socorro concentram-se na região que faz fronteira com Khyber Pakhtunkhwa, no Paquistão. Nesse local, o abalo sísmico arrastou casas de barro e pedra a 10 km de profundidade.
Ações das autoridades e contexto de vulnerabilidade
De acordo com o Ministério da Defesa, equipes militares se encaminharam às duas províncias atingidas e já transportaram 40 voos, com 420 feridos e mortos. O Ministério das Relações Exteriores informou que, até o momento, “nenhum governo estrangeiro entrou em contato para fornecer apoio para trabalhos de resgate ou ajuda”.
O Afeganistão, situado sobre a interseção das placas tectônicas indiana e eurasiática, enfrenta risco constante de terremotos, especialmente na Cordilheira do Hindu Kush. No ano passado, uma sequência de tremores no oeste do país provocou a morte de mais de mil pessoas, o que mostra a vulnerabilidade da região a desastres naturais.