Moraes determina que PF investigue crime organizado no Rio de Janeiro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (5) que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito para investigar a atuação do crime organizado no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada durante uma audiência no âmbito da ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas, que busca conter violações de direitos humanos e abusos em operações policiais nas comunidades fluminenses.


De acordo com Moraes, o inquérito da PF terá como foco o rastreamento de esquemas de lavagem de dinheiro e a infiltração de organizações criminosas em órgãos públicos. A audiência, realizada no Supremo, teve cerca de duas horas de duração e contou com a participação de 29 entidades de direitos humanos, cada uma com cinco minutos para se manifestar.

Durante o encontro, o ministro informou que requisitou as imagens da operação realizada nos Complexos da Penha e do Alemão, em 28 de outubro, que resultou em 121 mortes, para verificar possível uso excessivo da força policial. Segundo Moraes, a PF conduzirá a investigação principal, com ênfase no rastreamento financeiro das facções criminosas.

O ministro destacou ainda que o STF acompanhará de perto o cumprimento das medidas determinadas no âmbito da ADPF e apontou como um dos principais desafios a falta de autonomia e estrutura da Polícia Técnico-Científica do Rio, que segue subordinada à Polícia Civil. Para Moraes, essa dependência compromete a independência das investigações.

A operação Contenção, deflagrada em 28 de outubro, teve como alvo o Comando Vermelho, facção originária do Rio que hoje atua em todo o país. Inicialmente, o governo fluminense informou a morte de 64 pessoas, incluindo quatro policiais, mas o número foi atualizado para 121 após moradores levarem dezenas de corpos até a Praça São Lucas, na Penha. Imagens captadas por drones circularam nas redes e repercutiram internacionalmente.


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