Os brasileiros sacaram R$ 9,6 bilhões líquidos da caderneta de poupança em outubro, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Banco Central (BC). Foi o quarto mês consecutivo de retiradas, refletindo o comportamento cauteloso dos poupadores diante das taxas de juros elevadas e do custo de vida ainda pressionado.
Segundo o BC, os depósitos somaram R$ 351 bilhões, enquanto os saques totalizaram R$ 361 bilhões no mês. O resultado representa a maior saída líquida para meses de outubro desde 2023, quando a retirada atingiu R$ 12 bilhões. Em setembro, a captação líquida havia sido negativa em R$ 15 bilhões.
No acumulado de 2025, o saldo da poupança registra retirada líquida de R$ 88,1 bilhões, confirmando a tendência de esvaziamento das aplicações mais tradicionais.
O levantamento mostra ainda que o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) teve saldo negativo de R$ 6,88 bilhões em outubro, enquanto a poupança rural registrou saques líquidos de R$ 2,77 bilhões. Ambos os segmentos vêm apresentando resultados negativos há quatro meses consecutivos.
A rentabilidade da poupança segue sendo calculada pela taxa referencial (TR) mais uma remuneração fixa de 0,5% ao mês, fórmula que se mantém enquanto a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano — atualmente, a Selic é de 15% ao ano.
Com os juros altos, investimentos de renda fixa e Tesouro Direto continuam oferecendo retornos mais atrativos, o que ajuda a explicar a migração de recursos da poupança para outras modalidades.
Brasileiros retiram R$ 9,6 bilhões da poupança em outubro, diz BC