O líder da oposição na Venezuela, Maria Corina Machado, afirmou, no Congresso Mundial da Liberdade, que a luta contra a tirania no país já não é apenas um confronto político interno, mas parte de um movimento global contra “sistemas de medo que se renovam e se adaptam”. A mensagem dela foi feita por meio de vídeo, de local desconhecido dentro da Venezuela. A assembleia foi realizada em Berlim, Alemanha, neste domingo, 9.
Maria Corina destacou o que considerou uma dimensão simbólica do encontro. Fez questão de reconhecer o papel da presidente do evento, Masih Alinejad , que, segundo ela, “inspirou milhões a superar o medo e falar a verdade”. Masih, disse Maria Corina, transformou “dor em poder e medo em fogo”, tornando-se um espelho para quem se recusa a abaixar a cabeça diante do autoritarismo.
Masih Alinejad é uma jornalista e ativista iraniano-americana, nascida em 11 de setembro de 1976, no Irã. Ganhou fama por denunciar violações dos direitos humanos no Irã, especialmente os direitos das mulheres, e vive em exílio nos Estados Unidos.
Outro lembrado por Maria Corina foi o ex-campeão mundial de xadrez, Gary Kasparov, a quem descreveu como defensor da dignidade humana, e Leopoldo López, secretário-geral do Congresso, lembrando que ambos conhecem profundamente “o custo de enfrentar a tirania”.
Maria Corina cita símbolos de resistência
Desde que deixou o esporte profissional em 2005, Kasparov, 62 anos, que se naturalizou croata em 2014, atua como ativista político contra regimes autoritários, especialmente o governo de Vladimir Putin na Rússia.
Lopez foi preso pelo regime do ditador Nicolás Maduro em 2014 e, em 2017, depois de obter prisão domiciliar, refugiou-se no Exterior.
A líder opositora também lembrou de seu drama pessoal. Afirmou que falava “de uma localidade dentro da Venezuela”, onde vive escondida há mais de 15 meses, impedida de ver a família e cercada por riscos diários. “Aqueles que defendem a verdade no meu país estão sendo assaltados”, disse.
Mesmo assim, garantiu jamais ter se sentido sozinha. E, lembrando outros ativistas perseguidos em seus países, disse que a transformação na Venezuela “não é só possível, é inevitável”, ao argumentar que, quando um regime teme a própria população, já está derrotado.