Nesta sexta-feira (2), Cristiano da Costa Ribeiro, servidor lotado no cargo de agente de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi demitido após um processo administrativo disciplinar iniciado em 2021. A análise federal concluiu que Ribeiro cometeu dois crimes previstos na Lei 8.112, de 1990, que regula o regime jurídico dos servidores públicos civis da União: improbidade administrativa e revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo. A informação foi reportada pelo portal R7.
Segundo a investigação, Ribeiro é acusado de vazar dados sigilosos que serviram como base para uma matéria envolvendo um servidor do órgão, que supostamente teria agido para proteger o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas.
De acordo com os detalhes apurados, Ribeiro teria fotografado informações confidenciais do sistema de inteligência e as enviado a indivíduos externos à Abin. Esses dados teriam sido utilizados em uma reportagem publicada no final de 2020, alegando que o policial federal Marcelo Bormevet, então lotado na Abin, teria elaborado relatórios para proteger o senador da República.
Bormevet, que à época atuava como chefe do Centro de Inteligência Nacional (CIN), foi demitido de seu cargo após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O delegado Marcelo Bormevet ingressou na Abin a convite de Alexandre Ramagem, então diretor-geral da agência. Nos bastidores, Bormevet e outros cinco servidores são apontados como ligados a Ramagem, desempenhando papéis cruciais em fornecer informações a Flávio Bolsonaro sobre a investigação relacionada à suposta prática de um esquema de rachadinha em seu gabinete senatorial.
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