O Ministério Público Federal da Argentina denunciou o ex-presidente Alberto Fernández (2019-2023) e outras duas pessoas por indícios de um suposto esquema de desvios de recursos públicos na Administração Nacional da Seguridade Social (Anses), órgão previdenciário do país.
Segundo informações do jornal Clarín, a promotoria acusou também Alberto Pagliano, ex-chefe da estatal Nación Seguros S.A., e Héctor Martínez Sosa, marido da secretária de Fernández.
Investigações preliminares e uma reportagem do Clarín apontaram irregularidades geradas a partir de um decreto presidencial de 2021 que impôs ao setor público a obrigação de contratar seguros para aposentados exclusivamente com a Nación Seguros.
As denúncias indicaram que, para esses contratos, a Nación Seguros subcontratou intermediários que recebiam comissões de 17%, taxa três vezes superior às de mercado, e cujos ganhos chegaram a 20 bilhões de pesos argentinos por ano (R$ 120 milhões em valores atuais).
Fernández e os outros citados foram acusados de desvio de recursos públicos, violação dos deveres de funcionário público e abuso de autoridade.
A partir dessa denúncia, o Ministério Público Federal vai solicitar à Justiça uma série de autorizações para medidas com o objetivo de produzir provas.
O Gabinete Anticorrupção do novo presidente, Javier Milei, pediu acesso a informações do caso, com o objetivo de solicitar entrada no processo como querelante.
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