Álex Saab confessa que Maduro mantém sua família sob ameaça

Como se fosse um filme, o colombiano apontado como figura de proa de Nicolás Maduro, Álex Saab, além de ser o empresário fiel ao ditador venezuelano, também era conhecido por ser informante da DEA desde junho de 2018.


Entre as novas descobertas que vieram à tona, explica-se que o motivo de Álex Saab esconder suas reuniões com a DEA em novembro de 2021 é porque sua família estaria sendo detida e ameaçada por Miraflores.

Isso mesmo, o discurso que Camilla Fabri, esposa de Alex Saab, fez em outubro do ano passado pode não ter sido tão autêntico, afinal.

“Ele tem cinco filhos, alguns dos quais são menores, e tem uma esposa lá (na Venezuela), e eles estão basicamente sob o controle do governo”, disse o advogado Neil Schuster ao tribunal, segundo documentos na transcrição do processo.

“Haverá retaliação contra sua esposa e filhos”


O juiz Robert Scola refutou o argumento. Não por desrespeito à segurança da família de Álex Saab, que deixou claro, mas porque, como exige a justiça americana, deve haver evidências de tal ameaça.

“Você tem evidências afirmativas de que alguém ameaçou sua família? Qualquer um que colabore em qualquer situação, sempre existe a possibilidade de dano físico a eles. Se ele estava tão preocupado com isso, ele tinha que fazer algo sobre isso desde novembro.”

Ao que o advogado de Saab respondeu que, com base em seu conhecimento de situações passadas, “se o governo venezuelano souber a extensão do que esse indivíduo forneceu, não tenho dúvidas de que haverá retaliação contra sua esposa e filhos”.

O pedido da defesa era não abrir os lacres 25 e 26. “Se Vossa Excelência o fizesse, acredito de boa-fé como funcionário do tribunal que haveria represálias físicas, judiciais, muito fortes”, acrescentou o advogado. Mas o juiz negou o pedido.

Nova carta de defesa

David B. Rivkin, outro advogado da Saab, não estava na audiência, mas procurou intervir em nome de seu cliente. Por isso, emitiu uma carta, posteriormente revelada por Goodman, onde assegura que o colombiano deseja “esclarecer” que “o único objetivo” das reuniões que manteve com autoridades norte-americanas foi “confirmar que nem ele nem nenhuma empresa relacionada ele não tinha feito nada de errado.”

Acrescentou que “qualquer suposto envolvimento que tenha ocorrido com o Departamento de Justiça e várias autoridades policiais foi realizado com pleno conhecimento e apoio da República Bolivariana da Venezuela”. Da mesma forma, a publicação dos documentos “não passa de uma tentativa de prejudicar os interesses da República Bolivariana da Venezuela”.

Rivkin disse que Álex Saab continua sendo “um cidadão leal” e que “nunca fará nada que prejudique os interesses do país e das pessoas que tanto lhe deram”.

*Com informações da Bles

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