Em uma recente entrevista à rádio AuriVerde Brasil, realizada nesta quarta (16/10), o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), comentou sobre seu futuro político, levantando a possibilidade de se afastar das próximas eleições presidenciais de 2026. Bolsonaro mencionou a ideia de “jogar a toalha” caso sua inelegibilidade política permaneça até o pleito de 2026, apontando que se sente alvo de perseguição judicial.
O ex-presidente foi declarado inelegível em duas ocasiões pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano de 2023. A primeira inelegibilidade decorreu de acusações de abuso de poder econômico após uma reunião com embaixadores realizada no Palácio da Alvorada. Na segunda, a decisão do TSE foi baseada na participação de Bolsonaro no desfile cívico-militar de 7 de setembro de 2022, onde considerou-se que ele foi beneficiado indevidamente.
Segundo O Antagonista, ao discutir as decisões judiciais em sua entrevista, Bolsonaro afirmou que não obteve nenhum benefício eleitoral mensurável com os eventos citados, sugerindo que as ações do TSE têm o objetivo de afastá-lo da corrida presidencial de 2026. “É uma perseguição. Se isso for avante, essa inelegibilidade continuar valendo, eu jogo a toalha, não acredito mais no Brasil”, declarou o ex-presidente em um tom de desabafo.
Em meio a essa incerteza, aliados de Bolsonaro, no entanto, começam a considerar nomes alternativos para representar sua base nas próximas eleições. Um dos nomes que emergem é o do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visto por muitos como uma liderança potencial que poderia manter o apoio da base bolsonarista. De acordo com fontes internas do TSE, as chances de Bolsonaro reverter sua inelegibilidade antes das eleições de 2026 são mínimas, o que reforça a busca por novos candidatos dentro de seu círculo político.
A situação de Bolsonaro também tem gerado discussões dentro do Partido Liberal (PL), que ainda possui divisões internas entre apoiadores do ex-presidente e membros com vínculos com o petismo. A continuidade das disputas judiciais de Bolsonaro poderá influenciar significativamente a estratégia eleitoral do partido, obrigando a cúpula a reavaliar suas alianças e lideranças para os próximos anos.